Olham um para o
outro e levantam-se. Chegam à porta, um de cada lado. Johanna empurra-a
delicadamente, esta mexe. Martinho faz-lhe sinal que não está a ver ninguém.
Johanna empurra mais a porta até que esta fica toda aberta. Olham e, embora não
haja muita luz, não há ninguém à vista. Saem da sala para um corredor longo e
pouco iluminado. Ao fundo uma luz, por cima de uma porta, indica a única saída.
Percorrem o corredor cautelosamente. Não há nada que possam usar como arma à
vista, o que os faz sentir de certo modo “despidos“. Chegam à porta. Esta dá
para uma escada que sobe. Olham para cima e não se distingue o fim da escada,
está demasiado escuro. Voltam a olhar um para o outro e começam a subir. Quando
chegam ao topo da escada deparam-se com um pequeno patamar com uma porta
fechada ao fundo. A única luz vem da ombreira da porta que está debruada a
vermelho. Assim que entram no patamar um feixe de luz azul percorre todo o
espaço e ouve-se um som vindo da porta. A luz que debrua a porta passa a verde.
Aparentemente estará destrancada. Martinho empurra-a ligeiramente com o pé para
confirmar e ela mexe. Com um gesto decidido, Johanna empurra a porta,
deixando-a escancarada. Entram ambos numa sala grande. Johanna sente algo de
familiar naquele espaço pouco iluminado.
- Esta sala
parece-se com as salas da casa do Pedro. Com esta luz ao nível do chão.
- E isso é bom
ou é mau?
- Pois não sei…
Olham em volta,
a sala aparenta estar vazia mas o centro está demasiado escuro para ter a
certeza.
- Johanna McGill…
- Quem falou?
- Calma
Martinho…
- Eu conheço
esta voz! É…
Martinho não
termina a frase porque um punhal o atinge mesmo na traqueia, fazendo-o cair de
joelhos agarrado à garganta. Cai depois para o seu lado esquerdo e fica deitado
de costas. Johanna ajoelha-se a seu lado apenas a tempo de ver o seu último
olhar, um misto de despedida e súplica de vingança. Johanna retira o punhal com
a mão direita e levanta-se. Nesse instante, o centro da sala ilumina-se,
mostrando um cadeirão de couro castanho-escuro. Nele sentado está um homem todo
vestido de negro (fato, camisa, gravata, meias e sapatos). Johanna olha-o
tentando resistir à tentação de lhe devolver o punhal da mesma forma que ele o
“oferecera” a Martinho. Por instantes ficam imóveis fitando-se.
- Quem é, como
me conhece e o que pretende de mim?
- Calma minha
querida… tudo a seu tempo. Parece que a lição de cumprir horários não surtiu
grande efeito. Continuas impaciente.
- … impaciente…
eu mostro-lhe impaciente!!
Johanna inicia o
movimento na direcção do homem que permanece imóvel. Quando Johanna está a dois
passos do cadeirão ele levanta-se e num movimento fluido envolve o braço em que
Johanna tem o punhal retirando-lho e, ao mesmo tempo, projectando-a para o
cadeirão, onde Johanna fica sentada. Fitam-se novamente.
- Vityaz! Ela é
minha!
- Katerina… não
devias estar aqui…
- Achavas que conseguias
que não soubesse o que andavas a fazer, Yuri?
- Esperava tê-lo
conseguido mas aparentemente… Katerina… já te disse que não a podes matar!
- Porque não?
- Porque ela é
tua irmã!
- O quê?! O que
é que estás a inventar?
- Não estou a
inventar nada… vocês são irmãs!
Katerina entrara
na sala por uma porta do lado oposto ao que Johanna e Matinho o tinham feito.
Caminhava na direcção do cadeirão. Johanna apenas a ouvia mas não arriscar
mexer-se. Yuri ia olhando alternadamente para cada uma. Do punhal, na sua mão esquerda,
ainda pingava sangue de Martinho. A sua expressão facial e corporal estava
muito mais tensa do que anteriormente, quando apenas tinha Johanna com que se
preocupar. Johanna permanece na expectativa, ouvindo os passos de Katerina
enquanto esta se aproxima do cadeirão do lado oposto ao que Yuri se encontra.
Olha para Yuri em frente à sua esquerda. Este devolve-lhe o olhar, acrescentando
um gesto discreto, com a mão direita, como que tentando tranquilizá-la. Katerina
pára três ou quatro passos atrás do cadeirão. Olha para Yuri.
-Explica-me lá
essa história de sermos irmãs…
(continua)
FATifer
Caracoles, que isto está caté dá gosto
ResponderEliminar:))
noname,
EliminarAinda bem que continuas a gostar… está em crescendo! ;)
Beijinhos,
FATifer
PS – já te disse que adoro essas tuas expressões (“carocoles”, muito bom!) :)
E quem será a próxima vitima?!
ResponderEliminar(desta vez as boxers eram coloridas, não?)
:)
BM,
EliminarUma excelente pergunta para a qual ainda nem eu tenho resposta! :P
(desta vez não quis “roubar” ao Sr. Gil o prazer de imaginar o que entendesse!)
:)
Beijinho,
FATifer
Brutal este conto.....já estou á espera do próximo...:)
ResponderEliminarabraço
Desire,
EliminarConfesso que acho que está a correr bem. Pelo menos estou a gostar de o escrever e vocês de ler ;)
O próximo ainda está em fase de maturação mental :)
Abraço,
FATifer
mmmmm
ResponderEliminarManas....
...I find your willingness to keep me hanging disturbing...
(vá, isto é tipo trivia... Qual a referência cinematografica do meu comentário? Hã?)
:)
Meu amigo, (ou deveria dizer Lord Vader)
EliminarComo já disse… é o que vai saindo… :P
Help me obi-wan-kenobi you’re my only help! :P
(tá respondido ou queres mais?)
May the force be with you, always!
FATifer
Mmmmmm
ResponderEliminarI see you are strong with the force...
Looooooooool
:)
Strong with the force am I :)
EliminarBut that is only right from a certain point of view! ;)
R2-D2 it is you, it is you!
Abraço,
FATifer
Por este andar, com tanta mortandade só para o lado dos "bons", vai acabar ficando a Joana sozinha a lutar contra os "maus"...?
ResponderEliminarBeijinhos e bons augúrios, FAT! :)
Janita,
EliminarO mundo não é a preto e branco… “bons” e “maus” dependem muito do referencial…
(volto a lembrar que avisei que este conto iria ser diferente, por que me apetece)
Vamos lá ver o que vem a seguir ;)
Beijinhos,
FATifer
Pois...eu já estou por tudo!!
EliminarDepois do filme que foste ver ontem, deves ter vindo cheio de ideias...:))
Pois ideias não me faltam… falta-me é escrever…
EliminarBeijinhos,
FATifer
Janita,
ResponderEliminarEle ressuscita um agente secreto desaparafusado de um conto conjunto de há muitos anos atrás, e esse gaijo aparece e resolve esto tudo só com um assopro!
(lembraste FAT? LOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOL)
:)
C. Gil
EliminarQueres dizer com isso de "conto conjunto" que foi da autoria de vocês, ambos os dois? Lol
Deve ter sido coisa poucochinho louca, deve...
:)
Meu caro,
EliminarParece que a força não está assim tão forte comigo (ou será a memória?) mas não estou a ver… :(
Abraço,
FATifer
FAT,
ResponderEliminarNão te lembras dos bloguisódeos...
...era conjunto mas de uma data de gente!
Não fazias parte do rol?
http://bloguisodeos.blogspot.pt/
Olha, pois, que se calhar não fazias...
...mas devias ter feito!
Esquece este meu devaneio de uma mente já semi-senil!
LOL
:)
Caro amigo,
EliminarTenho uma vaga ideia de ter lido essa história mas, na verdade não fazia parte do grupo…
Esta minha história está num impasse… quer porque estou indeciso entre várias ideias, quer porque esta semana estou com a “agenda social” invulgarmente preenchida… :P
Grande abraço,
FATifer
PS – semi-quê? … os medicamentos para as dores estão a fazer-te mal! Estão, estão… :P