Johanna começou
por procurar nos menus do programa de imagem por alguma indicação de alguma
pasta onde pudessem estar vídeos mas não encontrou. Minimizou o programa e olho
o ecrã em busca de algo que pudesse parecer relacionado. “Para quê usar uma
câmara sem guardar as imagens?”, perguntava-se enquanto procurava pelo ecrã. Uma
pasta parece piscar. Entra na pasta. Vídeos. O contentamento de parecer ter
encontrado o que procurava deixa para segundo plano a estranheza de ter
parecido ser encaminhada a tal. Verifica as datas o último tem a data do dia
anterior. Abre o ficheiro. Começa por ver imagens do interior de um automóvel.
Olha as imagens que vão passando. O vídeo parece não ser em tempo real, mais
parecendo um conjunto de imagens espaçadas no tempo, como se fosse uma câmara
de vigilância. Começa a reconhecer pontos do caminho para o armazém. De repente
a imagem abana violentamente e o vídeo passa a ser em tempo real. O carro
parece ter recebido uma violenta pancada por trás e depois está a sofrer
pancadas de ambos os lados por parte de dois SUVs enormes. Vê um braço e uma
mão tirar uma uzi de um saco no banco do passageiro. Uma rajada a ser disparada
na direcção do condutor do SUV à direita do carro. A uzi muda de mão e o alvo
passa ser o SUV à direita. Duas rajadas mais para baixo deverão ter inutilizado
os pneus pois o segundo SUV também desaparece. O carro acelera e o vídeo volta
a ser em modo vigilância. De repente ouve-se um som de outro motor. Uma moto de
alta cilindrada aparece à frente do carro e o pendura dispara na direcção do
carro. A uzi volta à acção, primeiro para retirar os restos do para-brisas
depois para devolver fogo. Vê-se a sobra da moto a desaparecer na valeta tudo
fica escuro sem os faróis. Vê-se uma mão a retirar do saco o que parecem ser
óculos de visão nocturna. O vídeo volta a modo vigilância mas pouco se vê, pois
quase não há iluminação na estrada. O resto do caminho até ao armazém é feito
sem mais “interrupções”. Finalmente o carro pára. Mal se distingue o que parece
ser o armazém que Johanna demora a reconhecer, por aparecer da perspetiva oposta
à que ela teve.
- Detective
Martinho?
- Sim Vieira?
- Quando movemos
o corpo encontrámos algo que pode ser relevante.
- O quê Vieira?
- Uns óculos de
visão nocturna.
- Ouviu isto
Tenente? Está explicado como conseguiu chegar até a aqui sem faróis.
- Cheio de
recursos este homem, sem dúvida.
- Obrigado
Vieira.
- De nada
Detective. Vamos metê-lo no saco.
- ok, já passo
por aí para ver os óculos.
Martinho e Martins
encaminham-se de volta ao interior do armazém.
Johanna sente a
respiração alterada. Embora escura, a imagem permite perceber que tendo dado
poucos passos depois de ter saído do carro Pedro foi atingido de raspão no
braço esquerdo por algo que não se vê. Apenas se ouve algo a passar e depois a
mão direita de Pedro ensanguentada após ter tocado no braço esquerdo. Vê-se uma
porta do armazém que Pedro força para entrar. Dentro do armazém está ainda mais
escuro. Pouco se vê e quase nada se ouve. Pedro começa a explorar o
rés-do-chão, cuidadosamente. Quando chega às escadas hesita. Sobe
cautelosamente. O primeiro andar parece ainda mais escuro. Vai avançando não se
ouve nada a não se a sua respiração e os seu passos. De repente ouve-se o som
que se ouvira na rua mas agora multiplicado. Pedro cai de joelhos e começa a
disparar as metralhadoras que lhe aparecem nas mãos. Despeja os clips,
disparando em todas as direcções. Os clarões dos disparos param. A respiração é
quase ofegante. De repente um abanão, parece um golpe violento no peito. Vê-se
o que parece uma lança. Empunhando-a um vulto negro. Ouve-se o grito de dor de
Pedro enquanto a lança parece ser empurrada ainda mais para o interior do seu
peito. O vulto retira a lança e desaparece. Pedro cai. Retira a pistola e
dispara dois tiros na direcção em que se vira o vulto. Larga a arma. Com
visível dificuldade retira um papel e uma caneta e começa a escrever. Johanna
reconhece o bilhete que está agora na secretária à sua frente. Vê a mão esquerda
colocá-lo no bolso direito do colete onde o tinha encontrado. Vê depois a
mensagem que recebera a ser escrita. Recorda o telefonema vendo-o agora de
outra perspetiva. Não consegue evitar as lágrimas quando vê o telemóvel a cair
ouvindo a sua voz a chamar por Pedro. O vídeo acaba.
(continua)
FATifer
E a saga continua, e a curiosidade cresce
ResponderEliminar:)
noname,
EliminarAcredita que chego a chatear-me comigo próprio de tão misterioso que estou a ser mas é o que vai saindo… mais cedo ou mais tarde tenho de puxar o novelo ;)
Beijinho e boa semana,
FATifer
Pá , atão um gajo tá uns dias ausente e é isto? Já vais por aí a fora?
ResponderEliminarAgora tenho isto tudo para ler, páh!
(o que não vais ser um sacrificio portanto...)
Abraço :D
Meu amigo,
EliminarJá tive “reclamações” por ter escrito pouco :P
(pois espero que não seja um grande sacrifício, vê lá!)
Fico à espera da tua opinião ;)
Grande abraço e as melhoras,
FATifer
Lido e relido o décimo segundo capítulo, penso que isto está a ficar muito intrigante, FAT. Intrigante, misterioso e de difícil prognóstico!
ResponderEliminarSó de pensar que podes levar mais uma semana sem escrever, sinto um certo desalento.
Saber esperar, é uma virtude que ainda não consegui interiorizar...( mas me estou a esforçar para aprender)
Aguardo novidades.:)
Beijinhos um bocado ofegantes!!
Janita,
EliminarTentarei publicar com maior brevidade mas não está fácil manter a coerência da história. Estou neste momento a reler tudo o que escrevi para reavivar na memória tudo o que me falta pegar para que tudo isto faça sentido. É divertido escrever ao sabor do momento mas sei que quem em lê está atento… se enquanto leitor sou exigente tenho de estar à altura da mesma exigência por parte de quem me lê! ;)
Beijinhos,
FATifer
Não stresses, FAT. Escreve como melhor te aprouver.
EliminarEu apenas disse isso porque quando me embrenho na leitura de algo que gosto, a vontade é continuar até ao fim. Claro, que sei diferenciar esta leitura em 'fascículos', da leitura de um livro.
Talvez, por isso, gosto pouco dos livros digitais. Prefiro sentir, nas minhas mãos, o calor do livro e o prazer do virar das folhas.
Largos dias tem cem anos e esta história ainda agora começou.
Não quero parecer-te exigente, longe de mim tal coisa. :)
Tem uma noite tranquila.
Beijinhos
Não há qualquer stress, afinal este é o meu espaço e aqui sou eu que dito as regras ;)
EliminarDito isto, consigo colocar-me desse lado. Tendo despertado a curiosidade, compreendo a “frustração“ de não ter mais para ler… mas, como já reiteradamente afirmei, até eu estou curioso para ver o que vou inventar ;)
É bom ter a “pressão” da expectativa de quem lê… se assim não fosse talvez esta história nunca fosse escrita!
Beijinhos,
FATifer
Porra pá! paras nos sitios mais inconvenientes! Pareces um gajo que eu conheço...
ResponderEliminar:)
Meu caro amigo,
EliminarNão vou dizer que aprendi com os mestres mas confesso que estou um pouco “sádico” nesta história, no que ao suspense diz respeito! ;)
Grande abraço,
FATifer