Johanna entra na
esquadra e vai directa à sua secretária. Quando não vê Martinho na dele,
pergunta onde ele está. Indicam-lhe que está no laboratório forense. Johanna
dirige-se para lá.
- Johanna?!
- Olá Martinho.
- Detective
McGill.
- Olá Francisco.
- O que é isso?
- É o que resta
do telemóvel do Pedro.
- Ah… terá sido
isso que despoletou a explosão então…
- Qual explosão?
- Já te explico…
vamos para a nossa sala. Consegue fazer alguma coisa disso Francisco?
- Aaaaah…
- … ok … passe à
próxima prova que tem para analisar.
Johanna conta a
Martinho resumidamente os acontecimentos desde a noite anterior até ali.
- Dizes-me tu
que foi ele que te ligou a dizer onde estava.
- Sim.
- E foste a um
edifício onde viste um filme da morte dele mas não se via grande coisa.
- Sim.
-… e tiveste de
sair a correr porque o prédio ia explodir?
- Sim.
- …estou a ver
um filme e não paguei bilhete…
Johanna sorri. Martinho
tem razão, há filmes com argumentos mais realistas do que o que ela acabou de
contar. Recorda outra frase que sempre ouvira Pedro repetir “a realidade
suplanta sempre a ficção”.
Algures numa
sala com uma mesa enorme estão cinco homens sentados todos vestidos de preto.
Fato, camisa, gravata, meias (e até as boxer) são todas pretas. Aquele que está
sentado à cabeceira tem um lenço em vez de gravata mas o lenço também é preto. O
homem que está mais longe e do lado esquerdo dele pergunta:
- Porque é que
não a matamos e acabamos com o assunto?
O homem que está
à direita do que está à cabeceira e mais perto deste responde:
- Matá-la mas tu
endoideceste? O simples facto de perguntares pode ser a tua morte em vez da
dela!
- Não compreendo
tanta deferência… só por ser filha de quem é?
- Só? … quem é
que pensas que és?
- Se dependesse
de mim estaria morta!
As duas enormes
portas, única entrada para esta sala, e opostas à cabeceira ocupada da mesa abrem-se
repentinamente. Uma mulher esguia de pele muito branca e longos cabelos negros,
entra, caminhando lenta mas decididamente do alto dos seus finíssimos saltos de
agulha. Vestida totalmente de negro com um fato que realça o seu corpo de
formas perfeitamente torneadas olha na direcção da mesa. Antes que alguém
sequer se mexesse lança um pequeno punhal na direcção da cabeça do homem que
estava do lado esquerdo e mais longe do que se sentava à cabeceira. A velocidade
de reacção deste não lhe permite mais que virar a cabeça o faz com que o punhal,
com o belo cabo em ébano, lhe perfure a têmpora esquerda, causando-lhe morte
imediata.
- Alguém mais me
quer ver morta?
Os restantes
ocupantes da mesa não respondem, tentando nem sequer se mexer. Se conseguissem
teriam parado de respirar.
- Ponto de situação
Yuri.
O homem à
cabeceira da mesa levanta a cabeça e tosse como que tentando ganhar tempo para
ponderar o que responder.
- Ainda não o localizámos.
- … é assim tão
difícil encontrar um homem?
- … um homem não…
mas ele não é um homem, é uma sombra.
- Uma sombra? Hum…
uma sombra só existe de houver luz…
- …
- … e os
restantes assuntos?
- Estão
controlados…
- Espero que melhor
que este...
Não tendo chegado
a alcançar a cabeceira da mesa vira-se e encaminha-se para as ainda abertas portas. Sem se virar
para trás diz:
- Nem sequer
penses nisso Vassily. Sabes que o teu irmão estava a pedi-las… queres acabar
como ele?
O homem que está
à esquerda de Yuri interrompe o gesto, que fazia com a mão direita, antes de
alcançar a pistola que tem no coldre debaixo do braço esquerdo. Olha Yuri por
segundos e retoma o movimento. Antes de o conseguir completar a sua cabeça está
em cima da mesa em frente ao corpo inanimado do irmão.
- Obrigada Yuri.
Diz antes de
sair da sala sem sequer olhar para trás. Parecia ter visto o golpe instantâneo
de Yuri com o seu sabre japonês, que repousa ainda nas costas da cadeira de
Vassily, parecendo o prolongamento do braço esquerdo de Yuri ainda estendido. As
portas fecham-se atrás dela.
(continua)
FATifer
Mas ... Tanta biolência
ResponderEliminar;))
noname,
EliminarPalpita-me que ainda não viste (leste) nada… ;)
Beijinho,
FATifer
Quando falaste na mulher, por instantes pensei que poderia ser a Johanna, mas logo me lembrei que ela tinha um belo rabo de cavalo loiro e esta uma longa cabeleira negra.
ResponderEliminarMas que grande seita de criminosos, internacional!
Agora sem filmes nem o telemóvel do Pedro para reunir algumas pistas, vão ter de começar as investigações do zero?
Vale que o contista anda inspirado... :)
Isso de cortar cabeças, a golpe de sabre, parece coisa de Jihadistas. Credo!!
Enquanto espero pela continuação, vou ali transcrever mais um episódio do 'meu' romance. Mulher prevenida...Lol
Beijinhos, FAT.
Fico feliz com tanta inspiração e imaginação
Janita,
EliminarNada como inventar mais uns quantos personagens para baralhar ainda mais as coisas! ;)
Ainda bem que estás a apreciar…
Beijinhos,
FATifer
Pá, a cor dos boxers é um pormenor...
ResponderEliminar...desnecessário!
Um gajo ainda podia imaginar que eles estariam com boxers com florzinhas, ou personagens da warner bross... Tipo o coyote e o Bip, Bip (e não digo isto por ter uns... que não tenho... jamais teria... ouvi falar que existe, pronto, é isso...)
Assim retiraste-me isso páh! Não se faz!
LOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOL
Muito bom, rapaz, continua :D
Meu caro amigo,
EliminarLLLLLLLLLOOOOOOOOOOOLLLLLLLLL
… ora acho que já avisei que estou um pouco “sádico” neste conto!
Está a ver que ninguém referia esse pormenor! Com que então tens uns boxers com o coyote e o bip bip (também vivia bem sem saber issso! :P)…
Obrigado pela verdadeira gargalhada que me proporcionaste! ;)
Grande abraço,
FATifer
Eu?!?
EliminarNão!!!!
...mas conheço um gajo que tem...
...e uns do Bugs Bunny também...
...acho...
:)
Pois eu também tenho um amigo que … ;)
EliminarBem vou ver se acabo o capítulo de hoje! :)
Grande abraço,
FATifer
Fui reler tudo de fio a pavio a ver se descobria onde se encontravam as boxres, pois não é que tive de ler por duas vezes? À terceira, lá estavam elas...escondidinhas entre parêntesis...:)
ResponderEliminarTenho de começar a deter-me mais nesses pormenores de suma importância...Em vez de me preocupar com cabeças decepadas e onde ficaram pousadas, bem como a beleza do cabo dos punhais, que fiquei uma data de tempo a imaginar o cabo em ébano. Bolas!!
Beijinhos!!
Janita,
EliminarEstás desculpada :)
Cada um dá importância ao que dá ;)
Tenho este problema de ser algo picuinhas com o que digo e como… o que torna a minha escrita não muito fácil de apreender à primeira.
Beijinhos,
FATifer
Por acaso os cinco que estão sentados à mesa não são oriundos do hemisfério sul? ;)
ResponderEliminarDe certeza que as boxer não tinham, pelo menos, uma risquinha branca, nem nas costuras?
O que interessa mesmo, é que a história está cada vez mais interessante e autor cada vez mais inspirado :)
Venham lá mais capítulos :)
Bjs
BM,
EliminarNeste momento dir-te-ia que não mas não garanto que não em apeteça dar essa volta às coisas :P
Eu disse que eram pretas e eram totalmente pretas incluindo a linha com que uma paquistanesa qualquer as terás cosido! ;)
Pois o próximo capítulo está quase a sair…
Beijinhos e ainda bem que estás a gostar,
FATifer