Johanna repousa
dentro da banheira de olhos fechados. O cheiro da vela que acendera enche o
ambiente, ajudando-a a relaxar. O dia fora demasiado intenso até para ela que
não gosta de estar parada. Talvez seja muito para digerir em tão pouco tempo e
mesmo assim tinha acontecido. Por mais que doesse demais, o “problema” Pedro
estava arrumado. Tenta com todas as forças não pensar em todas as dúvidas ainda
por responder. Concentra-se em sentir a água quente e a sensação de conforto
que esta lhe proporciona. Kitty está à porta fitando a dona.
Martinho está
num bar ao balcão, com uma imperial à frente. Em condições normais já se teria
levantado e puxado conversa com a loura dois bancos à sua direita ou até mesmo com
as três amigas na mesa ao canto. Mas não, permanece imóvel a olhar as bolhinhas
de gás a escapar do líquido. Está mergulhado em memórias. Recorda a primeira
vez que vira Johanna. Ainda era um agente, ela e Pedro foram chamados para
investigar a morte de um homem que ele encontrara. Se naquela altura lhe
dissessem que um dia seria o parceiro daquela linda mulher, não acreditaria.
Mas era e estava a agora preocupado com ela.
- Katerina…
- Sim Yuri…
- Sabes que
estarei sempre do teu lado mas não achas perigoso ter eliminado os irmãos
Kirchev?
- Podia
perguntar-te se não foi um capricho parvo da tua parte teres morto o Pedro
Castro?
- Katerina… era
demasiado perigoso continuar a usá-lo…
- … achas? Pois
eu acho que vamos sentir a sua falta, que é mais do que posso dizer dos irmãos
Kirchev. Ah e já te disse que estás liberto da promessa que fizeste a meu pai.
- Achas que é
por isso? E além de tudo o mais, não és tu quem decide a validade das minhas
promessas!
- Yuri… Yuri…
Yuri… a tua teimosia é quase tão admirável quanto a tua lealdade…
Katerina vira as
costas a Yuri, deixa o robe preto de seda deslizar pelo seu corpo até se
aninhar a seus pés. Yuri suspira perante aquela visão. Pausadamente entra na
banheira à sua frente. Já deitada fita Yuri por momentos antes de fechar os
olhos. Yuri retira-se.
À medida que vai
percorrendo o longo corredor que liga a suíte de Katerina ao resto do complexo,
Yuri recorda o dia em que fizera a promessa ao pai dela.
No chão gelado quase não se via o branco da neve tal era
a quantidade de sangue derramado pelos corpos que preenchiam aquele que tinha
sido o campo da batalha. Yuri está ajoelhado perante um homem sentado no chão e
recostado numa pedra. O sangue escorre-lhe de vários golpes no peito. Olha Yuri
e num último esforço dirige-lhe a palavra:
- Yuri…
- Sim Bogatyr.
- Como…como é que isto aconteceu?
- Não sei Bogatyr…
- Sabes sim… tu avisaste-me… mas orgulho cegou-me…
- Bogatyr, não fale… poupe as suas forças.
- Meu fiel Yuri… já não tenho salvação… tu tens de protegê-la…
não há mais ninguém… tens de ser tu!...
- Sim Bogatyr, pela minha alma, protegê-la-ei sempre!
- Eu sei Yuri… a minha menina fica em boas mãos…
Martinho bebe o
último gole da imperial e pousa o copo no balcão. A loura já não está dois
bancos ao lado, saiu com outro cliente com mais iniciativa. As três amigas estavam
já demasiado alegres e também já foram. Levanta-se e sai ele também do bar. A noite
está fresca. No caminho para casa não consegue deixar de pensar em Johanna.
Entra em casa.
Rataplan levanta momentaneamente o focinho as patas dianteiras ao ver o dono,
retomando o seu descanso logo de seguida. Dirige-se ao sofá e entorna-se nele. Não
lhe apetece mexer nem mais um músculo…
(continua)
FATifer
MMMM
ResponderEliminarNão te consigo dar cabo desta caixa de comentários!
Não me deste sumo para tal... LOL
Continua que a malta tá a gostar :)
Meu amigo,
EliminarCompreendo a tua “frustração”, este capítulo foi apenas e quase só um interlúdio enquanto penso como continuar (repara que disse quase!) … sim não te dei (boxers) onde pegar! :P
Grande abraço,
FATifer
Palpita-me que a dupla de detectives, Martinho e Johanna, vão ter muito trabalho pela frente! Esses mafiosos russos(?) matam, como quem bebe um copo d'água!!!
ResponderEliminarA minha alma está parva!...Então o Pedro tinha-se bandeado para o lado dos criminosos?
Felizmente, este capítulo já foi menos sanguinário...:)
Beijinhos, bom fim de semana prolongado.
Janita,
EliminarPois está tudo em aberto…. Mas não disse que são “mafiosos”, nem que o Pedro estava do lado deles, apenas que eles o estavam a usar… ;)
Como adivinhaste que seria prolongado? :P
Beijinhos e bom fim de semana para ti,
FATifer
PS – hoje não devo escrever nada :(
Porque o meu também é, FAT...:)
EliminarVamos fazendo pontes e depois descontam-se no tempo de férias. Até que não é mau este sistema. Eu gosto.
Pois não, não disseste. Eu é que gosto de me adiantar...;)
PS- Não tenhas pena...Vai divertir-te! :)
Beijinhos.
Pois digamos que acabo por não me importar de “perder” um dia de férias…
EliminarBeijinhos,
FATifer
Sugeri que te divertisses, FAT, mas o dia hoje esteve mais propício a ficar em casa a escrever. Então?...Já estamos todos à espera de mais.:)
EliminarO tempo não está para corsos carnavalescos...
Beijinhos. Bons escritos! :)
Pois até podes ter razão mas ainda não há mais. Não fiquei em casa mas não foi por nada relacionado com corsos carnavalescos (como poderás constatar daqui a pouco).
EliminarBeijinhos e continuação de bom fim de semana,
FATifer
Prontus e mais uma vez fico com água na boca à espera do próximo capitulo:)
ResponderEliminarBom fim de semana prolongado para ti pq para mim até foi encurtado LOL
e se fores dado a festividades carnavalescas (que não é o meu caso) bom Carnaval :)
Bjs
BM,
EliminarCompreendo mas ainda não há mais… não, não sou nada dado a festejos desta época mas será um bom carnaval na mesma ;)
Beijinhos,
FATifer
Isto tá quase um episódio do CSI daqueles que chegam ao fim com a frase - to be continued, e me faz os nervos em franja eheheh
ResponderEliminarnoname,
EliminarJá reconheci estar um pouco “sádico”, em termos de suspense, na escrita desta história (em minha defesa, é o que vai saindo…)
Beijinho,
FATifer