segunda-feira, 15 de fevereiro de 2016

XVIII

Johanna levanta-se e dirige-se à escrevaninha que está num canto por trás do sofá. Abre uma pequena gaveta e retira uma lâmina com a qual abre o envelope cuidadosamente. Volta para a mesa e senta-se ao lado de Martinho. Olha para dentro do envelope. Este contém apenas um cartão com uma mensagem que lê em voz alta:

“Para saber o que aconteceu a Pedro Castro, esteja sozinha amanhã às 23:32 no armazém em que o encontrou.”

Depois de ela acabar de ler, Martinho e Johanna olham um para o outro por um instante.

- O que vamos fazer?
- Vamos? Não sei se é boa ideia tu ires Martinho.
- Estás a brincar? … Como assim não é boa ideia eu ir?
- Ouviste o que eu li? Está escrito “sozinha”…
- Não estás a considerar ir sozinha, pois não?
- Porque não? Amanhã é sábado, não tenho nada melhor para fazer… além do mais, não podemos mobilizar meios oficialmente. Se é “CONFIDENCIAL” também não terão pistas dadas por mim!
- Johanna, eu sei que me vais dizer que já és crescidinha mas isto não te parece uma cilada?
- Martinho… eu sei o que parece mas pode ser a única oportunidade que terei de tirar a limpo o que aconteceu ao Pedro.
- … e estás disposta a dar a tua vida por isso?
- Não exageres! … mas, no limite, até te diria que sim…
- Johanna, não posso permitir que o faças!
- A decisão não é tua Martinho.
- Johanna… não…
- Martinho, lembra-te do que prometemos um ao outro quando nos tornámos parceiros. A decisão do outro será sempre respeitada!
- Sim Johanna mas… é demasiado perigoso!
- Eu sei mas não vou deixar passar esta oportunidade!
- Não há mesmo nada que possa dizer que te faça mudar de ideias, pois não?
- Sabes que não Martinho mas também sabes que sei que apenas queres o meu bem…
- Por isso mesmo não estou a gostar nada da ideia de ires sozinha de novo aquele armazém…
(Johanna olha para Martinho com um olhar terno)
- Martinho, esqueçamos esta questão por momentos. O que é que vinhas cá fazer afinal?
- Eu? Vinha falar contigo. Com tudo o que se tem passado quase não temos conversado. Tens estado tão calada ao almoço. Pensei que pudesses querer desabafar, sei lá…
(Johanna sorri)
- Desabafar não mas podemos falar, se quiseres…
- Johanna… eu… não devia ter vindo aqui…
- Martinho… coragem… diz o que te vai na alma, não tenhas medo.
- … não devo…

Johanna levanta-se e segue até ao bar. Pega em dois copos de shot que coloca lado a lado. Seguidamente pega numa garrafa em forma de caveira e enche os dois copos. Retorna ao pé de Martinho com um copo em cada mão. Martinho levantara-se antes dela chegar ao pé dele.

- O que é isto? Porquê a forma da garrafa?
- Crystal Head Vodka, já ouviste falar?
- Não.
- Prova… ou melhor bebe que um shot não é para provar!

Johanna estendo o braço esquerdo entregando um dos copos a Martinho. Os copos tocam-se num brinde e cada um engole o conteúdo do copo que tem na mão de um só trago.

- E agora, já tens coragem de dizer que me desejas?
- Eu … Johanna…
- Achas que sou cega? Ou parva?
- … sou assim tão óbvio?
- Não… tu até te esforças para tentar disfarçar mas…
- Aparentemente não o bastante…
- Homem, o que é que estás à espera?
- Eu… tu…
- … e depois nós mulheres é que somos complicadas! Tenho de te obrigar? …ou será que é assim que gostas?

O sorriso de Johanna não durou muito pois Martinho interrompeu-o com um beijo. Abraçam-se. As bocas separam-se para recuperarem ambos o fôlego. As mãos de Martinho acham os seios de Johanna por baixo do camisolão que ela tem vestido, enquanto as dela desabotoam rapidamente a camisa de Martinho. Olham-se e retomam o beijo. A camisa de Martinho está no chão. Sem quebrar o beijo, Johanna inicia o movimento de ambos em direcção ao quarto. Quebram o beijo com Martinho de costas para a cama. Johanna empurra-o e ele cai na cama. Ela tira-lhe os sapatos e as meias. Depois retira o camisolão deixando à mostra os seus seios perfeitos. Martinho olha-a de forma libidinosa. Ela sobe para a cama ficando em cima dele impedindo o movimento que ele iniciara para retirar as calças. Ela desaperta-lhe o cinto, depois o botão e seguidamente o fecho das calças. Deita-se em cima dele e com os pés faz deslisar as calças ao longo das pernas dele deixando-o apenas de boxers. As últimas peças de roupa desaparecem e os corpos entregam-se um ao outro num movimento ritmado de cadência inicialmente lenta mas com aceleração à vista. Os desejos reprimidos libertam-se ao som de gemidos e suspiros de prazer.


(continua)

FATifer

12 comentários:

  1. Oh, diacho!! Então as regras não dizem que dois detectives, que trabalhem juntos no mesmo caso, não podem nem devem envolver-se numa relação amorosa?

    " Com aceleração à vista"?? Bolas! Nunca ouvi tal expressão...Ehehehehe

    Estava à espera que isto metesse romance, mas assim passaram logo para os finalmentes.

    Aguardo a investigação!

    Beijinhos! :)

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    1. Janita,

      Regras? … relação amorosa?

      Eu avisei que esta história ia ser diferente…

      O teu comentário em relação à expressão que transcreves fez-me lembrar outro comentário noutro conto onde alguém disse que nunca imaginaria usar, num contexto similar, a expressão “triângulo mágico”. ;)

      Beijinhos,
      FATifer

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    2. Pois...vivendo e aprendendo, que ninguém nasce ensinado, né?

      Inté!! :)

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    3. É tudo uma questão de referências… cada um tem as suas! ;)

      Beijinhos de boa noite,
      FATifer

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  2. FAT o comentário " Com aceleração à vista"?
    fez-me rir à brava, e lembrar-me que gostas de motos
    ahahahah

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    1. noname,

      Na sequência do eu disse à Janita, parece que tenho um certo jeito para arranjar expressões “diferentes” ou “inesperadas” ;)

      Ainda bem que te divertiu :)

      Beijinho,
      FATifer

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  3. Bolas páh...

    ...perdeste um óptima oportunidade para ter aqui um momento "fifty shades"...
    LOOOOOOOOOOOOOL

    Se fosse eu isto tinha durado um bom bocado... (sabes que não gosto de ficar à espreita atrás da porta, entro por ali a dentro e descrevo tudo... LOOOOOOOOOOOOL! Mas isso sou eu que, no fundo, sou um voyeur!)

    Vá, continua lá com isto!

    :)

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    1. Meu caro,

      Com sabes, nem sequer me tento comparar contigo na capacidade de fazer relatos desta natureza. Concordando que poderia ter demorado um pouco mais, a opção fui pelo suspense, deixando à imaginação de quem lê (em linha com o resto da história até aqui) ;)

      Grande abraço,
      FATifer

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  4. Nada melhor que chegar aqui e ter logo dois capítulos para ler :)...

    ...tb gostei da expressão "aceleração à vista" :D


    Bjs

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    1. BM,

      Parece que essa expressão fez sucesso… talvez devesse fazer o registo para poder “cobrar“ direitos de autor! ;)

      Beijinhos,
      FATifer

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  5. Boa, isto está a aquecer..., cada vez promete mais...:)

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    1. Desire,

      De tanto que afirmas que “promete” que espero no final ter cumprido! ;)

      Abraço,
      FATifer

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