Johanna acorda
com o barulho de uma porta a fechar-se. Levanta-se lentamente do chão onde se
encontra deitada e vê…
-Martinho?!
- Johanna…
- Como é que
saíste de minha casa? Onde é que estamos?
- Respondendo à tua
segunda pergunta, não sei bem mas suspeito que na cave do armazém. Em relação à
primeira… é uma longa história.
- Ok contas-me
mais tarde… agora vamos sair daqui.
- Calma Johanna…
acho que isso vai ser mais difícil do que parece.
- Achas que não
consigo abrir esta porta?
- Acho que pensas
que sim… mas, para além disso, o que me preocupa é o que está do outro lado.
- Uma coisa de
cada vez.
Johanna dá um
pontapé na porta mas esta não abre como ela esperava. Ouvem bater do outro lado
e uma voz a falar, dizendo algo impercetível. Johanna olha para Martinho que
retribui o olhar com uma expressão como que a dizer: “eu não te disse?”.
Johanna olha em
volta. A divisão em que se encontram é relativamente pequena, talvez com quatro
por quatro metros. Não tem janelas, apenas uns respiradores junto ao tecto, na
parede que tem a porta. A porta não tem fechadura nem maçaneta. Fixa o olha na
parede por cima da porta e pergunta-se porque só agora se apercebeu do que será
o detalhe mais importante da divisão, o relógio digital que ali se encontra. O
relógio marca 22:23. Olha para Martinho.
- Também já
coloquei essa hipótese Johanna. Teremos de esperar uma hora para a confirmar.
- Achas mesmo
que a porta se abrirá daqui a uma hora e nove minutos, às 23:32?
- Parece-me que
estaremos cá para ver…
- Gostava de não
concordar mas…
Johanna senta-se
no chão encostada à parede oposta à porta, mesmo em frente desta. Martinho
mantém-se em pé, à sua esquerda.
- Ora já que
temos tempo para gastar, que tal contares-me como saíste de minha casa?
- Queres mesmo
saber?
- Quero!
- Ok… depois de
perceber o que tinhas feito, deixando-me sem roupa, sem comunicações, sim que
até o computador levaste, e fechado à chave… vesti um vestido teu e abri a
fechadura com uma pinça e pronto!
(Johanna olha
Martinho com cara de “poucos amigos”)
- …ai foi? E
qual foi o vestido que vestiste? Só para te mandar a conta…
- Pronto não
faças essa cara. Estava a brincar. A verdade é que depois de me ver na situação
em que me deixaste… a propósito porquê que fizeste isso?
- Estás a fugir
ao assunto… acho que é obvio porque o fiz, não queria que viesses comigo!
- Pois… e
garanto-te que o teu plano teria resultado não fosse o facto de terem entrado
três “armários” pela tua porta a dentro e me terem trazido para aqui. Havias de
ter visto a cara deles quando me viram nú. Pensando bem um até…
- Mas
vestiram-te, ao que parece…
- Sim deram-me
estas roupas. Por isso são tão largas, caso estejas a estranhar…
- …então mas três
homens entraram pelo meu apartamento e levaram-te sem mais nem menos?
- Sim… e nem
sequer arrombaram a porta!
- Não sei porquê
mas, por mais inverosímil que fosse, gostava mais da tua primeira versão.
- Inverosímil
porquê, achas que não era capaz de vestir um vestido teu?
- Capaz de
tentar eras mas duvido que conseguisses caber em algum… e também não te estou a
ver a conseguires abrir a minha fechadura com uma pinça…
- Se queres que
te diga nem cheguei a tentar…
- Ainda bem, em
relação ao vestido, pelo menos assim não tenho perdas a lamentar.
- Infelizmente,
isso não é verdade…
- Como assim?
- … não sei como
te dizer isto…
- Desembucha
Martinho!
- … a kitty…
- O que tem a
kitty?
- Ela estava ao
pé de mim quando eles entraram… e…
- O que é que
eles fizeram à kitty?
- … é melhor não
te contar…
- Como é que a
mataram?
- Johanna ela tentou
proteger-me…
- E…
- … um deles
agarrou-a pelo pescoço e só ouvi um estalo…
- …
Johanna olha
para Martinho e depois para o chão entre as pernas. Martinho senta-se a seu
lado. Ficaram em silêncio. Por fim Martinho chegou-se a ela e abraçaram-se.
- Desculpa… não
consegui evitar… foi tudo tão rápido…
- O que poderias
fazer, não te deixei forma de te defenderes…
- O MacGyver teria
arranjado maneira…
- Sem o canivete
e a fita isoladora, não sei…
Sorriram ambos. Ouviram
um barulho do outro lado da porta. Olharam para o relógio, marcava 23:31. Assim
que passou a marcar 23:32 a porta abriu-se.
(continua)
FATifer
ai aiai, aiai quisto tá negro
ResponderEliminar:))
noname,
EliminarAchas? :P
:)
Beijinhos e continuação de bom fim de semana,
FATifer
Bem disposto e bonacheirão este Martinho! As mulheres gostam de homens que as fazem sorrir...e, rir, ainda mais!! :)
ResponderEliminarCoitadinha da kitty. Atirou-se a um dos 'armários'? Sabes que ainda me fizeste ficar a olhar para a palavra uns bons segundos, sem perceber?
Gostei que me tivesses feito relembrar o MacGyver. O que eu adorava ver essa série! Para ele não havia impossíveis.
:))
Beijinhos, bom Domingo.
Janita,
EliminarCalculei que a expressão “armários” (que uso regularmente para designar homens tipo “porteiro de discoteca”) pudesse suscitar dúvidas, por isso expliquei a seguir. ;)
Tinha uma colega que me chamava MacGyver – escusado será dizer que adoro o personagem! ;)
Beijinhos e bom Domingo para ti também,
FATifer
E o suspense aumenta cada vez mais!
ResponderEliminar(Havia necessidade de matares a kitty?!:( )
Venham lá os próximos capítulos :)
Beijinho e boa semana :)
BM,
EliminarSim, continuo a ser um pouco “sádico” na forma como vos deixo em suspenso… ;)
Não havia necessidade mas apeteceu-me, achei que ficava bem na narrativa. Espero que não me denuncies à sociedade protectora dos animais! :)
Beijinhos,
FATifer
Mania de deixares o pessoal pendurado, páh...
ResponderEliminar:)
Meu amigo,
EliminarTens razão! Como admiti na resposta à BM, estou um pouco “sádico” nesse aspecto ;)
Grande abraço,
FATifer
PS – apaguei os outros dois comentários para não ficares em triplicado! :P