quarta-feira, 30 de dezembro de 2015

I

Um feixe de luz entra pela fresta do estore e projecta-se na parede por cima da sua cabeça. Johana dorme num sono que não parece tranquilo. Num canto escuro uns olhos brilham… de um salto está em cima dela.

- Kitty! Não tens mesmo respeito pela tua dona… que horas são?... já sei, horas de tu comeres não é gata?!

Johanna levanta-se e vai até a cozinha. Abre uma lata de comida de gato que deposita na tigela de kitty que instantaneamente aparece por entre seus pés, “atacando“ o alimento acabado de disponibilizar. Johanna segue para a cabine de duche. Sentindo a água quente a bater-lhe nas costas, começa a acordar enquanto tenta recordar o sonho que estava a ter.

Vira-se e deixa a água cair directamente nos seus seios redondos como laranjas. Mecanicamente procede à auto-apalpação, nada de anormal, está tão absorvida pela sensação com que acordou e por não se conseguir lembrar do sonho que estava a ter que nem produz o suspiro de alívio habitual que já se tornara ritual.
Fecha a água e embrulha-se na toalha. Não tem planos para aquele sábado. Vai até à cozinha, abre o frigorífico e retira um iogurte líquido, um queijo e um pouco de chocolate preto. Abre o croissant que retirara do saco em cima da mesa e recheia-o com queijo. Abre o iogurte e sorve um golo, enquanto pensa se tem alguma coisa que precise comprar. Saboreia o resto do pequeno-almoço passeando pela casa. Kitty também já acabou de comer e volta para o canto da sala onde gosta de observar a dona que, depois de acabar de comer, entra no quarto. Por vezes parece que são os gatos os donos e gostam de nos controlar. Kitty levanta-se e entra no quarto onde Johanna se veste e apanha o cabelo num belo rabo-de-cavalo louro. Já sabe que a dona vai sair e dirige-se para a porta para levar a festinha na cabeça habitual.

- Vou só ali abaixo às compras kitty, já volto.

Passa a mão pelo topo da cabeça da gata enquanto o diz, abra a porta e sai.


Johanna chega à mercearia do sr. António que a cumprimenta com aceno de cabeça e o sorriso habitual.

- Bom dia menina então que vai ser hoje?
- Bom dia sr. António, queria umas laranjas e umas limas.
- E que mais?
- …um pacote daquelas bolachas do costume, um molho de espinafres e um quilo de cebolas. Ah… e aqueles espargos se já tiverem vindo.
- Sim menina já estão ali guardados para si, e que mais?
- … só três latas da comida para a Kitty.
- …muito bem, é tudo?
- Sim, sr António, de momento é.
- Aqui tem menina, eu ponho na conta. Até logo.
- Obrigada, até logo.

Johanna pega nos sacos que o sr. António lhe entrega e retribui o sorriso que aquele homem faz sempre que a vê, o que só faz aumentar o sorriso dele.
De volta a casa arruma as compras enquanto kitty se passeia a seus pés.
O telefone toca…

- Estou?... estou sim?... está lá?

Do outro lado apenas se ouve um ligeiro respirar. Desliga o telefone com violência.

-… só me faltava esta!

Pega no telemóvel…

- Estou? Martinho? Desculpa incomodar-te mas acho que ele voltou…
- Ele quem o teu amigo?
- Não briques… sabes se o meu telefone ainda está monitorado?
- …já não deve estar mas sabes como essas ordens demoram a entrar em efeito… eu ligo para o Vicente para confirmar. Mas achas mesmo que era ele?
- Conheço aquele respirar…
- OK… eu já te digo qualquer coisa, até já.
- Até já, obrigado e desculpa.
- Johana somos parceiros…

Johanna desliga o telemóvel e olha a gaveta onde tem guardado aquele que prometeu a si própria ter sido o último maço de cigarros que compraria na vida. Respira fundo, abana a cabeça em negação e olha para kitty que está parada a seus pés fitando-a como se que à espera de algo.

- Tens razão kitty este palhaço não merece um cigarro!

Volta a olhar para o telemóvel… vencendo a hesitação procura um número na agenda. Estabelece a ligação…

- Sim…
- Pedro? Sou eu, desculpa ligar-te assim mas acho que ele voltou…
- Não, não tenho a certeza… mas aquele respirar não me deixou muitas dúvidas…
- Eu sei que é pedir-te demais talvez mas…
- Sim… pronto… desculpa… não, estou bem…
- Beijos…


… volta a fitar o telemóvel expectante… o telemóvel, como que pressionado, toca.

- Martinho… e então?
- Infelizmente já não está monitorado…
- Ok… deixa… bom fim de semana.
- Johana qualquer coisa liga!
- … bom fim de semana Martinho.

Senta-se no sofá a olhar para o vazio. Por mais que soubesse que algo que não está resolvido mais cedo ou mais tarde volta, não era a melhor altura pensa, como se houvesse boas alturas para aturar psicopatas assassinos. O telefone volta a tocar…

Olha para o aparelho e ao quinto toque atende.

- Estou
- Não minha senhora isto é uma casa particular, enganou-se no número…
- Não faz mal.

Desliga o telefone e recosta-se no sofá. Uma música invade a sala, olha para a aparelhagem, a kitty tinha-a ligado inadvertidamente. A voz de Enya em “caribbean blue” parece ajudar a que relaxe.

Não quer pensar nele. Não quer recordar mas há coisas que parecem sempre escapar à nossa vontade e tudo lhe volta à memória como se de um filme se tratasse:

(continua)

FATifer

sábado, 26 de dezembro de 2015

Viagens no meu mundo… XXXIV



A maioria estará a olhar para a foto e a perguntar-se “o que é isto?!”. Calma, eu explico. O que estão a ver é algo a que chamei “o mural do meu consumismo”. Tendo eu a mania de guardar muita coisa aparentemente inútil, guardei durante anos etiquetas que gostava de coisas que ia comprando. O ano passado decidi que estas etiquetas estavam a mais no saco que as guardava. Então peguei numa placa perfurada pintei-a e comecei a pendurá-las. Assim nasceu o que estavam a ver. Sendo que esta é versão actualizada à data de hoje da coisa, uma vez que fui adicionando algumas.
Esclarecidos? ;)

FATifer

quinta-feira, 17 de dezembro de 2015

Dúvidas pertinentes XV

Aviso prévio: este texto pode ferir susceptibilidades, quem continuar a ler não diga que não avisei!

A dúvida de hoje é simples. Pergunto-me se existisse um botão que provocasse o falecimento de todos os condutores de automóveis em movimento que estão a mexer ou a falar ao telemóvel (segurando-o fisicamente) neste momento, qual a percentagem da população dos países ditos “civilizados” pereceria se este fosse accionado?


É tudo.


FATifer

quinta-feira, 10 de dezembro de 2015

Viagens no meu mundo… XXXIII

Continuando em maré de mostrar a minha veia artística, deixo-vos outro vídeo que acabei por fazer inspirado pelo anterior. E este até tem música! :)



… porque às vezes dá-me para criar…

FATifer

domingo, 6 de dezembro de 2015

Viagens no meu mundo… XXXII

Porque alguém pediu para eu mostrar. Porque nem todos os que me visitam têm acesso ao meu perfil no “livro das caras”. Porque se o vídeo está feito mais vale verem. Porque até podem gostar… Aqui fica:



Tudo o que vêm foi feito por mim, a maioria para oferecer. Só as peças de joalharia conservo algumas (agora já sabem qual é o retiro a que me refiro aqui).

… podia ter música? Talvez, mas decidir não pôr, escolham vocês a que preferirem.


FATifer

segunda-feira, 30 de novembro de 2015

Ontem acabei de ler… XVII



Gostei do livro e das ideias apresentadas. Recomendo a leitura. A tradução está boa, embora seja inevitável apercebermo-nos que o original é em língua inglesa. Deixo-vos apenas alguns excertos:

“… os politólogos falam da «ignorância racional» dos eleitores: numa democracia representativa, não faz sentido que um eleitor se mantenha perfeitamente informado sobre questões políticas.”

“Resumidamente, há dois problemas que estão na raiz do fracasso da representação democrática:

1)      Delegámos o poder na classe política e mal a supervisionamos.
2)      Como eleitores, estamos condenados a tomadas de decisão irreflectidas e fáceis de influenciar. Mesmo que estejamos inclinados a supervisionar efectivamente os políticos, isto irá limitar seriamente a nossa capacidade de o fazer.”

“… damos por nós , demasiadas vezes, à mercê daqueles que elegemos. Este tipo de acção por parte dos nossos representantes eleitos levanta a questões importantes sobre a legitimidade democrática de muito do que é feito em nosso nome. Também torna evidente que precisamos de algum mecanismo tipo travão de emergência que nos permita impedir que a classe política adopte medidas às quais os cidadão se opõem fortemente. Sem o equivalente político a um botão de «STOP» vermelho vivo como nas escadas- rolantes, continuará a ser fácil para os políticos abusarem do poder que lhes confiámos.”

“Para promover com sucesso o interesse púbico, um sistema político precisa reconhecer – e incorporar na sua estrutura – o entendimento de uma realidade fundamental: a necessidade de coexistirem no mundo da política diferentes temporalidades, diferentes ritmos. Se não reconhecermos esta realidade, estaremos condenados a confundir constantemente os nossos interesses a curto e longo prazo.”

Fiquei pela parte de identificação do “problema” as ideias é melhor lerem no livro. E podem também visitar:

http://rebootdemocracy.org



FATifer

sábado, 28 de novembro de 2015

Viagens no meu mundo… XXXI


Hoje foi dia de reencontros. Desde há muito que tenho a iniciativa (porque se não fosse eu…) de juntar uns quantos colegas de faculdade nesta altura do natal (ok ainda é Novembro e depois?). Começou por ser jantar mas, à medida que foram surgindo criancinhas passou a almoço. Mas estou a adiantar-me. O dia começou com o exercício matinal. Seguido de duche e pequeno almoço. Desci até à garagem, hoje fui na mais pequena. Vamos fazer algo diferente. Segui até Alcântara e fui até Belém. Há anos que não apanhava o ferry (sim é daí a foto!). A viagem foi calma, o rio deixou-se atravessar. Chegado à Trafaria, sigo para a Costa, destino: INATEL. É este o local que escolhi este ano. Como sempre, fui o primeiro a chegar. Dou uma volta. Revejo aquele espaço que conheço desde me que me conheço e que tantas memórias me trás. Foi aqui que, entre outras coisas, aprendi a andar de bicicleta, graças à paciência do meu avô. Sento-me à espera e fico a ouvir os pássaros e a sentir o cheiro de eucalipto. Começam a chegar finalmente…
Foi bom rever os que puderam vir… para o ano há mais!


FATifer

domingo, 22 de novembro de 2015

Apeteceu-me partilhar….


Recordo-me do dia em que comprei esta caixa (embora não do preço). Lembro-me da frase da vendedora: “O sr. tem bom olho, nem tinha visto esta caixa com o motivo diferente das outras.”. Foi numa FIA e (desculpem-me a imodéstia mas) estranhei mais a confissão dela que a constatação do meu “olho clínico”. Era inevitável que me chamasse a atenção. Lembrei-me logo do alegado provérbio chinês que tantas vezes cito.
E pronto, assim ficam a conhecer algo que “habita” os meus móveis…


FATifer

quinta-feira, 19 de novembro de 2015

… às vezes é difícil!

Só para dedicar esta música a alguém que nunca virá a este espaço mas eu preciso deste desabafo!!

Foo Fighters - The Pretender 


FATifer

domingo, 15 de novembro de 2015

Ontem vi… dois

Há muito tempo que não fazia uma sessão dupla e nem foi planeada, apenas aconteceu. Chegámos ao cinema para comprar bilhetes e a sessão que queríamos (o filme que acabámos por ver depois) estava quase esgotada, havendo apenas bilhetes na segunda fila (não obrigado!). Esperámos um pouco que chegasse toda a gente para decidir o que fazer (e fomos vendo as vistas. Como comentei com quem chegou mais tarde acho que fiquei com uma overdose de “viewtifull people” mas adiante). Decidimos ir ver outro filme, que acabou por se revelar melhor que o que inicialmente pretendíamos ver. Findo este acabámos por (e apenas por pura teimosia) voltar à bilheteira e comprar bilhete para que inicialmente pretendíamos ver, não deixando de constatar que o primeiro era melhor!

Então o primeiro foi este (Sicario)



E o segundo foi (007 Spectre)


Como disse, o Sicario é um melhor filme. Mesmo tendo em conta o que normalmente afirmo, que o filme de 007 é um filme de 007 e não deve ser avaliado por padrões que não seja “filme de 007”, já melhores mesmo com este actor.
E foi assim o início da noite…

FATifer

quinta-feira, 12 de novembro de 2015

Crónica motociclista XII

Já não me lembro (e não me apetece ir confirmar) se vos disse que adoro a sensação de uma moto acabada de vir da revisão. Com mais 152000km, acreditem que já foram bastantes as que a minha menina (moto) maior já teve de fazer. Foi esta semana a última, até agora, por isso me lembro de vos falar nisso. Não sei explicar mas é uma sensação de conforto saber que alguém verificou e “está tudo em ordem”. Como penso já ter afirmado por estas crónicas, ter duas motos é bom. Fazer o que faço, que é andar na mais pequena uma vez por semana (hoje foi dia disso), é também uma boa medida pois permite-me manter a consciência de que é necessário: planear ultrapassagens, estar atento ao que está a atrás de mim, etc…
Recordo um comentário que me fizeram um dia e que ainda hoje me trás um sorriso aos lábios: “tu tens um ar muito limpinho para quem anda de moto!”. Por várias vezes já afirmei que ando de moto porque gosto (e porque posso). É um prazer diário do qual só abdicarei quando me for mesmo impossível andar, por alguma razão, seja ela qual for. Até lá continuarei andando em duas rodas…



FATifer

terça-feira, 10 de novembro de 2015

Olhando…


Para vos mostra que o fim de semana foi bom, aqui fica uma foto que tirei no sábado… mais um olhar meu!


FATifer

sábado, 7 de novembro de 2015

Viagens no meu mundo… XXX

… o dia de trabalho chegou ao fim. O céu está limpo e o sol ainda brilha. O fato de chuva está no saco de depósito e o capacete na cabeça. Calço as luvas enquanto o motor vai aquecendo. Monto e arranco. O caminho para casa é feito descontraidamente a pensar no que aí vem. Chego a casa,  isto é aqui. Janto mais cedo, há que dar tempo para chegar a horas. Saio de casa. Ligo ao meu irmão para confirmar que também já está a caminho. O autocarro não passa. Vem aí um, finalmente. Não é o que queria mas também serve. Vou ter de sair e andar até à paragem do outro mas não faz mal, tenho tempo. Vem aí um, acho que dá, entro. Saio volto para trás. Chego ao balcão. “boa noite, é uma caixa de seis para levar e um para comer agora mais um café”. Ir a Belém ser levar uns pastéis é um sacrilégio maior que ir a Roma e não ver o sumo pontífice. “Só com canela, por favor”. Hum… saio… a noite está agradável. Dirijo-me ao CCB e fico à porta à espera do meu irmão. Ele chega e entramos para ver e ouvir:

Dead Combo e as Cordas da Má Fama
Foto de aqui

Concerto memorável!! Recordo, enquanto sorvo o último golo de bourbon que me servi antes de começar a escrever estas linhas. O pastel de Belém já tinha ido. Dificilmente poderia começar melhor o fim-de-semana (uma vez que ninguém ganhou o euroguitas).


FATifer

domingo, 1 de novembro de 2015

Anúncio

A quem possa interessar, informa-se que estou a dar uma última oportunidade ao género feminino. Assim sendo, elementos desse género que se julguem capazes de me conquistar e me queiram aturar, força! Não me responsabilizo por quaisquer consequências que dos vossos esforços advenham, nem prometo devolução do investimento em caso de não satisfação a qualquer nível. Findo o período que ache suficiente para dar por terminada esta última tentativa, terei de me dirigir ao Tibete e tornar-me monge budista ou encontrar uma gruta qualquer e tornar-me ermita. Pensando melhor, posso apenas continuar a viver a minha vida como até aqui…

Nota: para quem esteja com os olhos muito abertos depois de ler o texto acima, ver por favor a etiqueta… (sim, eu sei que não tenho grande piada mas por isso é que está classificado como “tentativa”!)



FATifer

sábado, 24 de outubro de 2015

Zombies…

imagem de Steve Cutts

Sempre que penso na metáfora que são os zombies, assusto-me de tão perfeita que é … talvez por isso tenha demorado tanto a passar à escrita a ideia para este texto, que tenho há meses. Foi ao encontrar a imagem acima que resolvi voltar a esta ideia. Não me interessando muito aqui a origem do termo “zombies” e focando-me mais no conceito criado em filmes e séries dos últimos cinquenta anos, dei por a mim a lê-lo como metáfora para a sociedade. Se fizerem o exercício começando na imagem, que espelha apenas uma faceta daquilo a que me refiro, pensem bem se não é?... Pensem no “objectivo” ou melhor, na consequência das acções dos zombies nos filmes e séries (qualquer um “apanhado” por zombies ou morre ou se converte num). Pensem lá e digam se estou a ver mal…


FATifer

quinta-feira, 22 de outubro de 2015

Acabei de ver e ouvir!



São grupos como este que ajudam a preservar o dito património imaterial, no nosso caso tão diverso, que é a nossa alma colectiva enquanto habitantes deste rectângulo à beira mar plantado…

Parabéns à Brigada pelos 40 anos de existência!

Foi um privilégio assistir a este espectáculo.


FATifer

sexta-feira, 16 de outubro de 2015

Desabafo…



Estão a ver ali no centro do meio? É mais ou menos como me sinto no fim desta semana no que toca a trabalho… posso estar a queixar-me de barriga cheia (como já é meu costume), pois afinal tenho trabalho! Mas deixem-me sonhar que um dia me sentirei realizado…

É sexta-feira… segunda-feira há mais!


FATifer

quarta-feira, 14 de outubro de 2015

Continuando por olhares…



Para quem gostou da foto anterior o que me dizem desta?
(quem não se manifestou também pode opinar)



FATifer

segunda-feira, 5 de outubro de 2015

Eleições…

Pois poderia dizer muito mas apenas vos digo a música em que pensei ao ver os resultados da “vontade do povo português”:



FATifer

quarta-feira, 30 de setembro de 2015

Já estou com saudades…

Como dizia no “livro das caras” ao partilhar a foto abaixo, ainda agora acabaram e já estou com saudades delas… (férias!)  :)



FATifer

domingo, 27 de setembro de 2015

Areia e Água…

Como prometido aqui ficam mais umas “brincadeiras” ao estilo da foto que enviei para participação no Gota D’Água da caríssima Teté.





FATifer

quinta-feira, 24 de setembro de 2015

sexta-feira, 18 de setembro de 2015

segunda-feira, 14 de setembro de 2015

Férias….

Venho por este meio comunicar a quem possa interessar que estou de férias!


FATifer

segunda-feira, 7 de setembro de 2015

Fui…


Ver e ouvir estes amigos:



E depois aproveitei para me “cansar” durante o fim de semana com tudo o resto que a festa tinha para oferecer… e só posso confirmar o que é dito: “não há festa como esta!”


FATifer 

quarta-feira, 2 de setembro de 2015

...

Um raio de luar ilumina o gume da lâmina manchada de vermelho que segura paralela à perna. Um pingo de sangue cai da ponta para a poça vermelha no chão. Olha o corpo esquartejado à sua frente, a expressão de horror misturado com dor extrema que retém a sua última vítima parece não ter qualquer efeito nele…
Num movimento rápido sacode do sabre japonês o resto de sangue que ficara na lâmina e embainha-o. Volta-se e desaparece nas sombras.



FATifer

quarta-feira, 26 de agosto de 2015

Também fui ver…

O fim de semana passado foi cheio de “coisas boas". Se no Sábado fui ver o filme que já indiquei no texto anterior o Domingo foi ainda melhor pois tive o privilégio de ser convidado a visitar as:


… e digo-vos que vale a pena lá ir!


… duram até ao próximo fim de semana.


FATifer

quarta-feira, 19 de agosto de 2015

Recomendou-me uma amiga…

Que ouvisse esta violinista…


… é a melhor forma de descobrir “coisas novas”! 

FATifer

quarta-feira, 12 de agosto de 2015

Estado de alma ou talvez não…

Talvez não tenha o direito de estar mal disposto mas apetece-me. Porque é que tenho de ser simpático? Porque tenho de sorrir e estar de “bom humor”?



FATifer

segunda-feira, 10 de agosto de 2015

Crónica motociclista XI


Ah e tal a foto vê-se mal mas eu indico o que pretendo mostrar: a minha moto maior já tem (ou tinha quando tirei a foto esta manhã) 150015 km. Achei piada ver o número quando acabei de abastecer esta manhã. Até parece que foi ontem mas já fez 13 anos no passado sábado que iniciei o primeiro quilómetro com ela…
Aproveitando o facto de estar em “crónica motociclista” vou voltar a mencionar algo que continua a fazer-me muita impressão: ver as costas dos motociclistas que passam por mim de t-shirt a alta velocidade… até me arrepio todo… pior que isso só mesmo ver, como já vi, motociclistas de chinelos!
Mas cada um sabe de si... o que vos posso dizer é que nos mais de 150000 km numa e nos quase 47000 km noutra nunca andei de t-shirt e muito menos de chinelos! (mas isso sou eu que tenho amor a meu corpinho…)



FATifer

sábado, 1 de agosto de 2015

“Tava a reinar”

Talvez seja influência da “silly season” mas hoje decidi armar-me em engraçado. Aviso logo para não ficarem com aquela cara de “este está a gozar comigo” ao acabarem de ler. Sim, estou e começo logo por avisar (os mais atentos concluirão que nem na etiqueta tento iludir).
Como já vários comediantes e afins afirmaram não é fácil sê-lo neste país, onde a vida (dita “real”) parece uma comédia mesmo que seja apenas da forma como olhamos para a tragédia grega que por vezes se vislumbra (onde é que está a piada já estão os mais distraídos a perguntar?). Qualquer coisa que acontece é fácil e rapidamente traduzida numa piada pelo “tuga”. O triste é que transformar em piada parece ser a única acção que tomamos, quase que diria para não termos de fazer mais nada. Depois não é de estranhar que os políticos gozem com a nossa cara, afinal nós é que começámos o jogo… e quem diz os políticos, dirá os banqueiros, os magistrados, boa parte dos empresários, enfim, todos aqueles que, em teoria, deveriam fazer para que este país prosperasse (era uma piada, não teve? Eu avisei).
Eu avisei que ia armar-me em engraçado o que na realidade significa que não vou ter graça nenhuma. Poucos são aqueles que conseguem, com a constatação do óbvio (para eles), provocar o riso nos outros… e no entanto neste país (para não dizer neste planeta) há tantos que até parece que o que acabei de afirmar é falso (talvez devesse ter usado outro tempo verbal).
E vou parar por aqui pois entre os que consegui colocar mais deprimidos e os que me querem bater por terem perdido o seu tempo a ler isto mesmo depois do meu aviso, poucos terão sido os sorrisos que causei (isto assumindo que haverá assim muitos pares de olhos a passar por estas linhas – “armar-me em engraçado” lembram-se?)



FATifer

sexta-feira, 24 de julho de 2015

Dúvidas pertinentes XIV

… “mas” vs “e” é o objecto da dúvida que vos deixo. Pode até ser “embirração” minha mas cada vez mais me incomoda a troca a que assisto entre os dois em particular no “discurso” dos “profissionais” da comunicação social. O que aprendi é que “mas” implicava/significava/ transmitia uma oposição e “e” uma continuidade/concordância… certo?
Não me vou dar ao trabalho de transcrever exemplos mas façam o exercício (caso não seja demasiado penoso para vós) de ouvir as “notícias” e confirmem se não tenho razão. Nem vou falar do discurso dos “políticos”…

Lembro-me de um dia estar numa formação e me terem sugerido a troca de “mas” por “e” mas isso era num contexto concreto/específico de tentativa de mudança de atitude perante o que se pretendia melhorar na nossa vida! Será que foram todos a essa formação e decidiram generalizar? (à parva!)



FATifer

domingo, 19 de julho de 2015

Viagens no meu mundo… XXIX

Ontem tive o privilégio de ir a casa de uns amigos, conhecer o filho deles que já tem 4 meses. Foi um serão muito bem passado. Senti-me bem ali com eles. Contente por ele, alguém que considero como um irmão, que encontrou alguém que o faz feliz. Transmitiram-me paz aqueles dois. E não vou esconder uma pontinha de inveja que também senti, por achar que não vou ter o que eles têm…
As coisas simples são as que mais nos tocam, por vezes. Trocámos histórias e memórias. Sentimos um pequeno tremor porque até foi a terra que tremeu mas nada demais.
O mundo pode ser belo se quisermos…



FATifer

segunda-feira, 13 de julho de 2015

Monólogo de mim… XXVI

“…quem me atrai eu não cativo e quem cativo não me atrai...”

Foi esta a forma mais resumida que noutro dia encontrei (quando questionado sobre o tema) para explicar o facto de estar/continuar sozinho. Falava de forma objectiva, não se tratando de qualquer lamento pois não tenho “medo” ou “pena” de estar sozinho, nem sinto necessidade de o não estar. Por honestidade, terei de admitir que a segunda parte do enunciado peca pelo facto de não ser de todo grandemente perspicaz no que toca a discernir se “cativo alguém” (o que pode, ou não, explicar muita coisa).
Por vezes penso que este será apenas mais um aspecto em que pareço não ser “deste tempo” mas eu penso demais…



FATifer

sexta-feira, 10 de julho de 2015

Viagens no meu mundo… XXVIII

Ainda bem que o dia de trabalho acabou. Ainda bem que é sexta-feira. Chego finalmente a casa e apetece-me algo diferente. Porque não? Aquela vodka deve ficar excelente ali… sumo de tomate está no “frederico”, shaker, gelo, aipo, tabasco… tenho tudo para um à minha maneira. Verto para copo e provo… hum… parece-me bem!
Sento-me na sala a tentar não pensar na vida… mais um gole e um bolinho… ahh… se a vida se pudesse resumir a estes instantes… em que tentamos não pensar nela!
O copo está quase vazio (ou cheio de ar), os bolos são menos de metade do que eram há momentos. A vontade de não fazer nada aumenta. Ainda bem que é sexta-feira…



FATifer

terça-feira, 7 de julho de 2015

Dúvidas pertinentes XIII

A minha questão (ou dúvida existencial, se preferirem) de hoje é simples:

Porque é que os agentes imobiliários, que vemos em grandes cartazes por todo o lado, raramente têm um nome “normal”?

(quanto maior o cartaz mais estranho o nome ou será só da minha vista?)



FATifer

sexta-feira, 3 de julho de 2015

Viagens no meu mundo… XXVII

“Parece que estava escrito!”

Por mais que o meu lado racional me impeça de aceitar esta frase como verdadeira, começo a ter demasiados exemplos na minha vida de situações em que ela se encaixa, qual entalhe de artífice hábil. Hoje mais uma… ou será só a minha visão da “realidade” porque a quero ver assim? Algo que não queria que assim fosse mas que levou a que fizesse outra coisa que por muito tinha adiado por não encontrar o “momento certo”… não pensar muito e aproveitar a oportunidade que se depara por um instante. Os dados ainda estão a rodar mas neste caso só poderei arrepender-me de o resultado não ser o que desejo e não de não ter jogado (como na maioria das vezes).
Várias vezes afirmei que “o meu mundo é pequenino” porque tenho privilégio de alimentar a ilusão que o controlo para que assim seja… mas há sempre uma fresta por onde tudo o resto tenta entrar. Finjo que não deixo. Finjo que consigo impedir. Por vezes parece que fujo. Mas hoje não, hoje aproveitei a oportunidade com que me deparei. Hoje não tive medo de ser feliz.


FATifer

domingo, 28 de junho de 2015

FIA 2015


A peregrinação anual está feita. Gastei mais do que devia (porque ainda posso têm razão). Não está má embora tenha sentido falta de um amigo da Lousã que gostava de ver por lá todos os anos e este ano não pôde vir.

Pro ano há mais…


FATifer

quinta-feira, 25 de junho de 2015

Orgulho nesta Portuguesa!

Foto publico.pt

Telma Monteiro venceu nesta quinta-feira (25-06-2015) a final da competição de -57 kg dos I Jogos Europeus, em Bacu, no Azerbaijão, sagrando-se assim igualmente campeã da Europa na categoria!



FATifer

sexta-feira, 12 de junho de 2015

Dúvidas pertinentes XII

Porque é que temos de acreditar que há algo mais? Alguém que manda nisto tudo? Algum lugar para onde vamos depois do fim? Será assim tão assustador que a resposta seja “não”?

Por hoje é só.


FATifer

domingo, 31 de maio de 2015

Orgulho neste Português!



Miguel Oliveira (44) tornou-se hoje o primeiro português a ganhar uma corrida no mundial de motociclismo! Ouviu-se a portuguesa em Itália (Mugello)!


Admiro este homem e ele merece ouvir o nosso hino muito mais vezes no lugar mais alto do pódio!


“I think luck is the result of the work you put in”, Miguel Oliveira.

Adenda: Voltou a ganhar a 27-06-2015 em Assen outro circuito muito especial. Venha a próxima!



FATifer

fotos de motogp.com

quinta-feira, 28 de maio de 2015

Monólogo de mim… XXV

Só vejo escuro… com este filtro só vejo o que está mal. E está tudo mal. Perco a capacidade de olhar… e ver… o belo, a luz, o pôr-do-sol, tudo… todas as pequenas coisas que me podem alegrar, porque só vejo escuro. Deixo-me ficar assim, fingindo que não vejo saída, que vou ficar assim para sempre. Talvez porque hoje não me apetece fazer o esforço. Talvez porque quero sentir como seria se não o fizesse todos os dias. Só vejo escuro. Estou bem assim… a sentir-me mal, porque sim. É um privilégio poder estar assim… porque se quer e não porque “a vida” nos sorveu as últimas forças e nos fez desistir. Por momentos nada faço para contrariar o escuro, fito-o apenas e tento sentir tudo o que ele trás. Resisto a levantar-me, resisto a pôr uma música a tocar. Deixo os pensamentos à solta… está tudo mal! Sinto (ou penso que sinto) o que seria sentir desespero… é demasiado triste dar-me a este luxo mas hoje estou assim. Amanhã…? Amanhã já não verei só o escuro que há em mim…



FATifer 

quarta-feira, 27 de maio de 2015

Voltei a rimar…

Talvez como uma criança, pois afinal nunca tive muito jeito para a coisa mas fica mais esta tentativa:


Não sou nada
Mas podia ser
Pouco quero já
Mas muito sonhei querer

Todos temos ilusões
Quantas mantemos?
Pode depender dos cifrões
Ou do que afinal queremos

Não sou nada
Mas já pensei ser
Pouco resta já
Para desaparecer…

Tudo o que afinal não foi
Porque não podia ser
Os arrependimentos e o que dói
E mais o que iria ter

Não sou nada
Mas existo
E já que aqui estou
Não desisto!



FATifer

sábado, 23 de maio de 2015

Voltando ao cinema…

Pois sendo verdade que tenho ido muito menos ao cinema do que gostaria/costumava, quero aqui assinalar os dois últimos filmes que vi no “grande ecrã”: 



Ex Machina tem de ser visto…



Mad Max dispensa comentários.
(a não ser dizer que vi no IMAX)


FATifer

sexta-feira, 15 de maio de 2015

Ontem acabei de ler… XVI

Foi ao ver este vídeo:




de um projecto que recomendo que acompanhem, que, como até comentei no "livro das caras",  me lembrei que tinha na estante por ler o livro que ontem acabei de ler:


Gostei bastante ao ponto de recomendar que leiam… ficam algumas citações:

“… uma vez que a ciência não também não é o supremo juiz da verdade.
Na verdade, a ciência apenas faz o que pode, co a tradição e recursos que tem.”

“Como médico, habituei-me a tratar os doentes, e sempre me pareceu chamar sistema de saúde ao conjunto das organizações que lidam com a doença. Acho até que a saúde, a felicidade e o êxito dependem essencialmente de outras actividades e instituições sociais que não as terapêuticas.”

“Depois dos capítulos anteriores, será natural que me preguntem para não ser doente mental. É a velha questão do que é ser normal ou, pelo menos, mentalmente saudável. Mas aqui, desculpe-me o leitor, estou pouco habilitado para lhe dar receitas seguras. Aliás, desconfio que alguém o esteja embora não faltem propostas. O certo é que, existindo poucas maneiras de se tornar doente (basicamente os 6 mecanismos propostos em cada um dos capítulos anteriores), existem milhares de maneiras de se tornar saudável.”

“Até pode acontecer que que o leitor se tenha identificado parcialmente com algumas das patologias propostas. Não se preocupe com isso. Todos temos o direito de ser um bocadinho fóbicos quando a desgraça se abate sobre nós, um pouco paranóides quando nos envolvemos numa luta difícil, ligeiramente obsessivos enquanto estudamos a complexidade das coisas, um pouco histriónicos quando nos queremos impor aos outros. Da tendência esquizoide nascem teorias inovadoras e, através das mudanças de humor, a criatividade. Se o leitor consegue fazer tudo isto com sucesso, os meus parabéns: sabe respeitar os contextos da vida e adequar-se a eles. E, embora sejam admissíveis algumas combinações verdadeiramente patológicas, ter todas as doenças é o mesmo que não ter nenhuma. O importante é que a sua vida seja bem sucedida, você não se queixe e os outros também não se queixem de si (a não ser que seja político, caso em que todos se queixarão).”

“… a maior parte dessas regras não estão escritas em lado nenhum. Resultam de um acordo tácito entre as pessoas. Muitas vezes não passam por palavras ou, se passam, estas servem apenas para as disfarçar, mantendo-as num segredo que convém aos melhores jogadores.”

“ A fome de regras e certezas é muito humana, mas o seu exagero pode conduzi-lo ao serviço de líderes paranóides.”



FATifer

sexta-feira, 8 de maio de 2015

Monólogo de mim… XXIV

Estou a ficar cansado de fingir. A máscara, que até a mim me engana por vezes, está cada vez mais pesada. Ao mesmo tempo é cada vez mais difícil tirá-la até porque sem ela não sei se alguém me conheceria… começa a faltar a paciência para fazer de conta… mas o que é que é “viver em sociedade” senão um eterno fazer de conta que aprendemos desde pequenos? Primeiro como que um jogo e só depois nos apercebemos (quando nos apercebemos) que não podemos parar de jogar… se calhar quem não se apercebe é mais “feliz”…
Não pedi para jogar este jogo mas sou demasiado cobarde para sair dele e demasiado teimoso (ou será orgulhoso?) para desistir. E então vou jogando, nem sempre bem, nem sempre com grande empenho. O resultado, portanto, não pode ser grande coisa muito embora, como já a afirmei reiteradamente, quem dera a muitos ter minha vida…
Tenho o privilégio de poder pensar e dizer que estou cansado de fingir… e ainda me queixo como que porque devia ter “direito” a poder ter outra coisa…
Estou cansado de fingir… talvez um dia estarei cansado de estar cansado.



FATifer

sábado, 2 de maio de 2015

Mais um olhar…

Ontem estive num local que proporcionou mais uma visão da “minha” Lisboa por outra perspectiva… fica uma das fotos que tirei.



FATifer

sábado, 25 de abril de 2015

O Estranho Caso da Chave Saltitona – Cap. XVIII*


Prólogo - Xilre
Capítulo I - Calma com o andor
Capítulo II - Dúvidas Cor de Rosa
Capítulo III - A Mais Picante
Capítulo IV - Mirone
Capítulo V - Pasme-se quem puder
Capítulo VI - A Uva Passa
Capítulo VII - Kiss and Make Up
Capítulo VIII - Amor Autista
Capítulo IX - Talqualmenteoutro
Capítulo X - Linda Porca
Capítulo XI - Sister V
Capítulo XII - A elasticidade do tempo
Capítulo XIII – A vez da Maria
Capítulo XIV - Teias de Folhas de Papel
Capítulo XV - Imprópria para consumo
Capitulo XVI – O que me der na telha
Capitulo XVII – Beijo Molhado



… à media que recupera todos os sentidos sente os braços presos atrás das costas e os tornozelos também presos nas pernas da frente da cadeira onde está sentado. Olha em volta., vê quatro paredes que emanam uma escuridão apenas quebrada pela a pouca luz trémula de uma lâmpada pendurada acima de si. Estará de costas para a porta que dificilmente consegue distinguir até porque no movimento o pescoço dorido dá sinal que a posição é desconfortável. Tenta mexer-se, levantar-se mas apercebe-se que a cadeira está fixa ao chão e puxar só faz os atilhos plásticos nos pulsos e tornozelos ficarem mais justos.

- … onde é que tu estava no 25 Abril?

Olha em volta, de onde vem aquela voz?

- … não existias, não é?... a pergunta que te deves fazer é se queres voltar para esse estado?

Pestaneja e volta a percorrer o espaço que o rodeia à procura da proveniência da voz que parece vir de todo o lado. Sente o coração acelerar cada vez mais por mais que se tente manter calmo.

Ouve a porta atrás de si abrir e fechar com um ranger metálico. Ouve passos de saltos.

- E então vais colaborar?

A voz é a mesma mas perdeu um certo timbre metálico ganhando uma sensualidade que contrasta com a ameaça latente da pergunta.

- Vais dizer-me como usar a chave, não vais João?

A pergunta provoca um turbilhão de memórias. Recorda como tinha sido atingido pelo poste de um cartaz à porta da dependência bancária em Xabregas o que fez com que fosse levado para dentro e permitisse cumprir os seus intentos. Relembra a cara de espanto da estagiária que o atendeu, por pensar tratar-se de uma brincadeira dos colegas, as instruções de acesso que tinha para o deixar entrar na sala onde estavam os cofres. Verdade seja dita que ele também estranhou o que leu no cartão que acompanhava a chave recuperados do soalho da sala de Jorge de Burgos:

“Será confirmado que não tens a tatuagem na nádega esquerda e depois terás de dizer a senha: “Venho em nome de Balião, o antigo”.”

Vê de novo a cara corada da moça ao ler o papel e ao vê-lo desapertar o cinto baixar as calças e mostrar o rabiosque. Dita senha ela indicou o cofre colocou a chave do banco rodou-a e saiu deixando-o sozinha na sala.

- João! Quais são as instruções para usar a chave?
- … instruções?...
- Não te faças de parvo vi-te queimar o papel… não te preocupes não vamos fazer mal à Maria só queremos as instruções.
- A Maria? …
- Tu não sabes no que estás metido pois não?



* Post partilhado – batata quente passada por Beijo Molhado

… à espera que continue… e continuou:


Capítulo XIX – A miúda com pêlo na venta
Capítulo XX – Now I Have a Mustache

FATifer

segunda-feira, 20 de abril de 2015

Até filmei…

Pois é fui ver mais um concerto dos XXL Blues e deu-me para isto:






FATifer

PS – claro que sem o tratamento de imagem daquele que está ali no palco a cantar não sei se veria grande coisa….

segunda-feira, 13 de abril de 2015

Ontem acabei de ler… XV



Gostei mas sou suspeito porque por várias vezes já afirmei que gosto do estilo de escrita do autor que tenho a honra de poder tratar por meu amigo. Ficam alguns dos muitos excertos que sublinhei:

“Odeio cidades. Devia viver num monte Alentejano ou assim. Nunca há paz, nunca há sossego e toda gente corre para todo o lado. Mas francamente acho que já poucas pessoas sabem porque correm. Limitam-se a correr, percebes? Já não têm objectivos, mas continuam a correr. Chegam a qualquer lado e têm sempre pressa”

“É curioso o quanto gostamos de nos pensar superiores e depois, quando vamos a ver bem, pouco evoluímos em relação a insectos como as formigas e as abelhas. Estruturas sociais altamente complexas em que cada um tem a sua função e deve saber o seu lugar. E é bom que assim seja. Elimina-se a necessidade de pensar.”

“A liberdade é a maior das ilusões e quem se julga livre vive iludido.”

“Sabes acho que o tempo só nos aflige porque põe em perspectiva a nossa própria mortalidade, a nossa finitude faz cair sobre nós as dúvidas sobre o que há depois do fim, se é que há alguma coisa. Se calhar vem daí a nossa pressa em fazer tudo.”

“Parece que toda a gente anda completamente agarrada e obcecada pelo corpo, como se o corpo em si fosse algo mais que uma ferramenta para o cérebro. As pessoas, em vez de se preocuparem coma a aparência, com a idade, com o aspecto, ou seja basicamente com tudo aquilo que demonstram aos outros deviam preocupar-se em alimentar o cérebro. Se calhar se o fizessem não precisariam tando de demonstrar algo que não são, seriam apreciadas por aquilo que são na realidade e não andariam tão esfomeadas de lago que nem sabem o que é”

“Quando vejo alguém demasiado produzido, seja homem ou mulher, sei logo à partida que essa pessoa é insegura.
E depois já reparaste que há aquelas pessoas que passam por ti na rua, não se veste segundo a moda, não se produzem, e no entanto parece que, na sua simplicidade, Têm algo que que chama a atenção, que torna impossível não olhares? Essas são pessoas seguras de si próprias. Não precisam de artifícios para se mostrarem a ninguém.”

“Sem dúvida a mais viciante e poderosa das drogas é o dinheiro.”

“É curioso, mas apercebi-me que há uma estranha liberdade no facto de te aperceberes que não tens liberdade. Parece um contra-senso não é? Mas do meu ponto de vista até não é. Sabes, quando te pensas livre acabas por ter de lidar com a responsabilidade dos teus actos. Consequentemente com a culpa dos teus erros e com a alegria das tuas vitórias. Mas se não és livre não tens responsabilidade de nada, logo não há alegria na vitória, mas também não há culpa. As vitórias são de outrem, mas as culpas também. Apenas te limitas a cumprir uma função. E apercebi-me de que há nisto um desprendimento tão grande que liberta mais que a liberdade de escolha.”

“Ora eu enquanto cidadão sou automaticamente político, porque tenho no dia-a-dia de tomar opções políticas.”


FATifer

PS – nota para o autor: Não citei passagens logo do início não vá um certo editor ter razão mas no meu caso não tem, porque concordo e revejo-me no que afirmas.

Espero não ter citado demais….