sexta-feira, 8 de maio de 2015

Monólogo de mim… XXIV

Estou a ficar cansado de fingir. A máscara, que até a mim me engana por vezes, está cada vez mais pesada. Ao mesmo tempo é cada vez mais difícil tirá-la até porque sem ela não sei se alguém me conheceria… começa a faltar a paciência para fazer de conta… mas o que é que é “viver em sociedade” senão um eterno fazer de conta que aprendemos desde pequenos? Primeiro como que um jogo e só depois nos apercebemos (quando nos apercebemos) que não podemos parar de jogar… se calhar quem não se apercebe é mais “feliz”…
Não pedi para jogar este jogo mas sou demasiado cobarde para sair dele e demasiado teimoso (ou será orgulhoso?) para desistir. E então vou jogando, nem sempre bem, nem sempre com grande empenho. O resultado, portanto, não pode ser grande coisa muito embora, como já a afirmei reiteradamente, quem dera a muitos ter minha vida…
Tenho o privilégio de poder pensar e dizer que estou cansado de fingir… e ainda me queixo como que porque devia ter “direito” a poder ter outra coisa…
Estou cansado de fingir… talvez um dia estarei cansado de estar cansado.



FATifer

13 comentários:

  1. Sabesm qual é o problema? Sabes?

    Ah! Não sabes...
    ...pois eu digo-te!

    O problema é que tu pensas! Se não pensasses, como a maioria dos homens faz (e eu incluo-me - quase sempre - na categoria) já não te preocupavas com estes assuntos...

    LOL

    Mas olha, mesmo eu, esforçado como sou por não pensar, volta e meia dou por mim a ter pensamentos, o que , como sabes, é grave...
    ...e depois dá buraco... LOL

    Segue o meu conselho (se quisere, claro, que os cnselhos são como as vaginas...). Não penses! Eu sei que não é facil perder o habito quando se está habituado a isso, mas umas semanas a ver o prime-time da TVI e ficas curado...

    ...mas não abuses da TVI, senão os neurónios fritam e quando dás por ti estas na casa dos segredos na cama com uma parva qualquer a quem substituíram o cérebro por gelatina...

    :)

    P.S. - Fora de brincadeiras, o quanto eu te compreendo! Talvez por isso tenha cada vez mais uma atitude de Já-aturei-aos-outros-as-merdas-que-tinha-de-aturar-e-já-não-há-mais-paciência! Se calhar, contra o mundo e contra todos, excepto aqueles que apreciam a tua companhia por quem realmente és, tens mesmo de parar de jogar o jogo, e quem não gostar que vá comer queijo...

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    1. Meu amigo,

      O que seria de mim sem a tua clarividência! ;)

      Eu sei que tens razão mas só consigo ver a TVI quando dá jogos de futebol (coisa que sei que não aprecias). Talvez seguindo o teu conselho chegasse a deixar de ser um mero espectador como sugeriste noutra ocasião mas, assim de repente a casa dos segredos não parece muito apelativa…

      Sei que percebeste que este texto vai buscar inspiração ao teu livro “Chuva” porque concordo com a tua mensagem…

      Parar de jogar o jogo? Talvez um dia…

      Grande abraço,
      FATifer

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  2. Bem, não conheço a tua história. Por isso mesmo não faço ideia em quê é que finges.
    Agora, na minha opinião, nunca vale a pena fingir. E, quando digo nunca, é mesmo nunca. Nem quando é mais fácil. Nem quando é para não magoar outras pessoas. Nem quando é para tirar proveito de algo. E por aí em diante.
    É mais difícil ser-se verdadeiro? É. É mais cansativo? É. É mais perigoso? É. Mas é tão mais interessante e proveitoso quando se faz o balanço.

    Para mim, fingir é acto de cobardia, sim. Comodismo. Politicamente correcto e coisas do género. E, atenção, que contra mim falo. Já fingi (melhor dizendo, enganei-me a mim mesma e não a outra pessoa) numa situação em concreto e não me dei bem. Não repeti a dose.

    Agora, isto é apenas a minha opinião. E, repito, não conheço o teu caso em particular. Ou seja, estou a falar de mim e não de ti. Não me leves a mal, ok? :)

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    1. Mam’Zelle,

      Em primeiro lugar nunca levaria a mal o facto de dares a tua opinião. Quanto muito poderia não concordar… Não me conheces, é verdade. Mas também te digo que em princípio o que dizes é verdade, no entanto é impossível não “fingires”. Não falo de enganar, mentir… falo do omitir de toda a verdade que é necessário para viver em sociedade, é a isso que me refiro no meu texto. E é isso que, se não tivermos cuidado e não partilharmos as tuas ideias, nos pode levar a um ponto em que já não sabemos distinguir o que é que somos realmente e o que é que somos porque os outros esperam de nós que sejamos ou ainda mais porque achamos que os outros esperam que sejamos. Não sei se me faço entender?... é assunto para ficar o resto da noite a escrever (mas hoje não posso!).

      Obrigado por partilhares a tua opinião.

      Beijinho,
      FATifer

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    2. Fazes-te entender, pois!
      Para mim, a maior parte das omissões não é fingimento. É um mal necessário para não nos passarmos da cabecita.
      Mesmo assim, tenho alguma dificuldade em omitir. Fico com alguma comichão. ;)

      Ora essa. Não precisas agradecer. :)

      Beijinho.

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    3. Mam’Zelle,

      Curioso que depois de deixar este comentário acabei de ler um livro (como podes ver no meu último texto) em que no fim o autor acaba por abordar esta temática em muitas passagens.

      Percebo a tua comichão… ;)

      Beijinho,
      FATifer

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  3. Ah! Já agora, se não te importares, perguntava ao C.N.Gil em que medida os conselhos são como as vaginas. Fiquei a modos que curiosa... :p

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    1. Claro que não me importo! Ia dizer que deixava que ele mesmo te elucidasse mas como ele já o fez, espero que esteja desfeita a curiosidade que te “assaltou” ;)

      Beijinho,
      FATifer

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  4. MM,

    ...mas será que eu sou tão velho que esta piada (que era do Herman) precisa de explicação? LOL

    O Herman, numa das suas encarnações femininas, já não me lembro qual, é que dizia "As opiniões são como as vaginas. Cada um tem a sua e quem quer dá-la, dá-la!". Tendo isto em conta, espero que já percebas a a afirmação...

    :)

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    1. Aposto que sou mais velha do que tu. Mas isso é um simples pormenor. :p

      Foi mais para me meter contigo. Conhecia essa expressão sobre as opiniões, sim. E olha que sempre a achei parva. Pensei que tivesses uma explicação mais rebuscada, sei lá. :p
      Agora não sabia que vinha do Herman. Deve ter sido num tempo em que ainda estava por França. :)

      Muito obrigada pelo esclarecimento, C.N.Gil!

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    2. HAHAHA,

      Não apostes, que perdes.

      Pois, lá que era parva era, mas pegou, porque era do Herman, e mais ainda, por ser dita pela personagem Rute Remédios, mãe do diácono Remédios...
      ...ou seja, vem do tempo do mais genial programa de humor português até à data, o Herman enciclopédia.

      Não precisais de agradecer, estamos cá para isso...

      :)

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    3. Se tu o dizes...

      Pois, lá está. Herman enciclopédia. Não é do meu tempo (em Portugal).

      ;)

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