Martinho chega à
sua secretária e olha para Johanna sentada à sua. A expressão facial dela
transmite um misto de raiva e espanto.
- Olá Johanna…
ia dizer bom dia mas com essa cara… o que se passa?
- O que se
passa?!... o caso do assassinato do Pedro foi-nos roubado! É o que se passa! Ou
melhor… devia dizer: “desapareceu”.
- O quê?! Como
assim?
- Entra no
sistema e vê… aparentemente tornou-se “CONFIDENCIAL”.
- … mas como?
Quem?... não é justo!
- … (Johanna
olha para Martinho franzindo a testa)
- Queres ficar
mais “bem disposta” ainda?
- O que foi?
- … lembras-te
daquele caso do homem encontrado em avançado estado de decomposição?
- Sim, o que
tem?
- Também foi
tornado “CONFIDENCIAL”!
- Fantástico!
Johanna
recosta-se na cadeira e olha para o tecto. Martinho continua a olhar par ao
monitor.
- Sabes que
mais? O Vítor Andrade, aquela testemunha que interrogámos, também apareceu
morto.
- Mais alguma
“boa notícia”?
- … aparentemente
não.
-ÓÓÓÓhhhhh...
Ficam ambos
sentados a olha para o quadro do caso que ainda têm mas onde, sem mais provas,
pouco podem fazer.
Yuri está
sentado num cadeirão numa sala com vista panorâmica para um dos pátios de
treino. Observa Katerina enquanto esta ultrapassa cada obstáculo do percurso. A
agilidade felina é admirável. Yuri carrega num botão e liberta uma lâmina
enorme, em forma de meia lua, que fica a baloiçar à frente de Katerina. Ela
pára e olha na direcção de Yuri. Sorri dá dois passos e salta por cima da
lâmina num salto perfeitamente temporizado de forma a não ser atingida pelas
correntes que sustentam a lâmina. Completa o resto do percurso e pára à frente
de Yuri, fitando-o. Yuri levanta-se do cadeirão, abre a porta de vidro e encaminha-se
na direcção de Katerina. Num gesto fluido e rápido pega numa das espadas do
escaparate à sua direita e disfere um golpe na direcção de Katerina. Esta roda
para o seu lado direito e com uma cambalhota alcança outra espada do mesmo
escaparate mesmo a tempo de defender o segundo golpe de Yuri, desferido agora
já com a mão esquerda. Yuri pára e sorri. Katerina endireita-se e devolve o
sorriso.
- Sempre atenta!
Assim é que é, minha menina.
Katerina inclina
a cabeça ligeiramente para a frente, num esboço de um vénia, e retoma a sua
pose altiva parando de sorrir. Vira-se e segue na direcção da porta que Yuri
deixara aberta. Sem se virar diz:
- Vou tomar um
duche e depois vamos almoçar.
Yuri segue-a
enquanto dá indicação, pelo auricular que tem na orelha esquerda, para que o
almoço seja preparado. Vinte minutos depois estão os dois sentados a almoçar um
carpaccio de salmão com aspecto delicioso.
- Explica-me
outra vez qual é o próximo passo para encerrar o assunto do Zangief?
- Katerina não
te preocupes, está controlado.
- … controlado?
Desculpa mas não concordo…
- Tu és como o
teu pai… mas nem tudo se resolve matando…
- Volto a não
concordar… até percebo que tenhas usado toda a encenação para atrair o Pedro
Castro. E que fique aqui registado que nesta instância foste tu que optaste
pela solução do meu pai. Agora explica-me porque é que não era mais fácil
matá-la e pronto?
- Não podes
matá-la…
- Porque não?
- Katerina, não
podes matar toda a gente!
-… (Katerina
olha Yuri com um ar de desafio)
- … Katerina…
sei que achas que não mas até para ti há limites…
Katerina solta
uma sonora gargalhada enquanto olha para Yuri que mantém o ar grave com que
proferiu a sua última frase. Acabam a refeição em silêncio.
Um vulto de
negro caminha num corredor estreito com paredes de tijolo burro. Perto do tecto
vêm-se tubagens. No chão, aqui e ali, há poças de água. Caminha calma mas
decididamente ao longo do corredor até chegar a uma escada embutida na parede.
Sobe a escada até alcançar um alçapão que se encontra no tecto. Para e encosta
a orelha direita à tampa redonda que mais parece uma tampa de esgoto. De
seguida com o golpe do ombro direito empurra a tampa abrindo-a. Sai. Está num
beco escuro. O dia está nublado e uma neblina algo densa não permite muitos
mais que alguns metros de visibilidade. Fecha a tampa devagar emitindo o mínimo
ruído possível. Caminha na direcção do nevoeiro que se adensa, desaparecendo no
mesmo.
(continua)
FATifer
Acho que vou ter que chamar o Dr. Varatojo eeheheh
ResponderEliminarnoname,
Eliminar… não faças isso! Senão acaba-se o mistério num instante! ;)
Beijinho,
FATifer
Essa Katerina é uma mulher perigosa e sem um pingo de piedade. Livra! A Johanna que se cuide...
ResponderEliminarHummmm, isso do caso se tornar "CONFIDENCIAL", traz água no bico.
O melhor é ficar a ler, caladinha, e ver onde param as modas! :)
( Um aparte, FAT, uma cena do filme que exige 'estômago' é a cena do cavalo? :) )
Beijinhos e que tenhas um excelente fim de semana.
Janita,
EliminarQuanto à história não vou comentar. Reafirmo apenas a convicção que isto ainda vai dar algumas voltas (e sendo que sou eu que decido isso é mesmo capaz de assim ser!) ;)
Beijinhos e bom fim de semana também para ti,
FATifer
PS – em relação ao teu à parte, cada um tem a sua sensibilidade mas as cenas do ataque do urso, dele a ser cosido depois ou a luta final, causaram-me muito mais impacto que a do cavalo!
Promete....
ResponderEliminarabraço
Desire,
EliminarSim, continuo a prometer mas como dizia a Janita, palpita-me que isto ainda vai dar algumas
Voltas! ;)
Abraço,
FATifer
Isto está cada vez mais interessante!
ResponderEliminar:)
Bjs
BM,
EliminarAchas? :) … eu a pensar que estava cada vez mais intricado! ;)
Beijinhos,
FATifer