Johanna voltou a
sentar-se à secretária. Agarra no rato e selecciona uma pasta. Abre um
documento e começa a ler. Quase sem se dar conta não está a ler mas a
relembrar…
O som estridente do telefone interrompe-os…
- Sim… o quê? Vamos já para aí, não deixem que mexam em
nada!
Temos outro e este ainda está quente!
Chegados à cena do crime os dois têm a mesma sensação de
déjá vu habitual neste caso…
- Deve ser impressão minha mas já vi isto antes…
- ah… ah, é melhor não considerares o stand-up como
carreira alternativa…
- … ora bolas, achas? Eu que estava a pensar…
- Estás muito espirituosa hoje… deixa-te de coisas e vê
se encontras algo que ainda não vimos, um ínfimo indício de algo que seja!
- … uma pista queres dizer…
- Isso seria bom demais…
- Detectives! … vejam…
Um elemento da equipa forense chama-os enquanto analisa
um ligeiro contorno do que parece ser uma sola de bota nas bordas da poça de
sangue que escorre da cabeça desfigurada da vítima.
- …Não é muito mas, não dando para determinar marca ou
modelo, pode permitir extrapolar o número que calça…
- Vês, isto é um indício!… bom trabalho Sérgio.
- Sim. Mas aqui há algo diferente…
- Referes-te ao facto de ser asiático?
- Também mas não só… repara… a perna e o braço…
- Hum, tens razão Johana… parece que há golpes de algo.
Isto não foi feito só com as mãos como nos outros casos.
- Vês, uma pista!
- … hum… talvez tenhas razão… deixa ver o que diz o Dr.
Fernandes.
Dão mais uma vista de olhos e afastam-se da cena do crime
deixando a equipa forense concluir o seu trabalho. Pedro acende um cigarro e
sorri face á expressão de desaprovação de Johanna, já sabe que vai ter de o
apagar antes de entrar no carro.
- Johanna!
- Sim Martinho…
- Localizámos o
sem abrigo que enviou a caixa. Está na sala de interrogação número dois.
- Vamos!
Antes de entrar
na sala olham o homem pelo vidro que para ele é um espelho. Coincide
inteiramente com a descrição à excepção dos óculos escuros. Entram os dois na
sala.
- Sr. Vítor
Andrade, sabe porque está aqui?
- …por causa da
caixa…
- Então conte-nos
o que aconteceu…
- Como disse ao
agente …estava a andar e depois de um cruzamento encontrei uma caixa no chão
com dois envelopes em cima. Abri o primeiro envelope e vi uma folha dobrada e
algum dinheiro. Desdobrei a folha e vi que continha instruções para entregar a
caixa na agência de transportes na esquina seguinte. Abri o outro envelope e
tinha mais dinheiro. Quando me preparava para pegar na caixa senti uma arma
encostada às minhas costas. Ouvi de seguida uma voz metálica que apenas disse
que, se seguisse as instruções poderia ficar com o dinheiro do segundo
envelope. Caso não as seguisse seria a última coisa que faria na vida. Deixei
de sentir a arma virei-me mas não vi ninguém. Voltei a virar-me, peguei na
caixa e segui as instruções.
- … e depois?
- Depois de
entregar a caixa na agência conseguindo convencer o empregado a aceitar o envio
sem remetente com o dinheiro extra do primeiro envelope, tal como instruído,
deixei a agência. Só aí contei o dinheiro do segundo envelope.
- O que fez ao
dinheiro?
- Gastei-o em
comida e nestas botas que as minhas estavam rotas.
- A caixa já
tinha o endereço do destinatário?
- Sim… eu não
fiz nada de mal!…
- Não, não fez…
tenha calma, apenas pretendemos ver se nos consegue ajudar a encontrar quem
mandou a caixa.
- …não sei mais
nada!
- Já disse para
ter calma.
Levantam-se
ambos e saem da sala.
(continua)
FATifer
A coisa tá complicada eheheh
ResponderEliminarnoname,
EliminarNunca gostei de coisas fáceis… ;)
(não confundir com “coisas simples”)
Beijinho,
FATifer
A vida de detective criminal não é nada fácil!! Complicada, desgastante, mesmo! Safa!!
ResponderEliminarEntre as recordações do tempo em que tinha Pedro como parceiro nas investigações e os crimes actuais para desvendar, a vida de Johana está a complicar-se. Vale que tem o Martinho para partilhar ideias e estratégias....
...e a kitty a quem fazer festinhas, ao chegar a casa! :)
Esperemos que o homem que entregou a caixa ajude a desembaraçar o novelo. Basta uma ponta solta e a luz ao fim do túnel pode surgir, ainda que ténue...:)
Por cá vou continuar; que continue a saga!!
Beijinhos
PS. E que tal se portou hoje a máquina?? Custou-te muito separar-te dela?
Bom resumo Janita!
EliminarPois vamos ver o que acontece… ;)
“Saga” é uma boa palavra (como já disse, palpita-me que esta história ainda vai dar muitas voltas!).
Beijinhos,
FATifer
PS – … é um brinquedo delicioso… pelo que não direi que não custou nada mas, como disse ao meu amigo, não convém habituar-me! ;)
Amanhã tenho outra dele para experimentar também – um “bicho” totalmente diferente…
Tem cuidado! O tempo chuvoso e o piso escorregadio, não está para 'flostrias'!
EliminarUm "bicho" de duas pernas não oferece a segurança de um de quatro!
Desfruta com precaução! :)
:-)
Agradeço a tua preocupação. Correu tudo bem até porque consegui não apanhar chuva. ;)
EliminarBrincando um pouco com o que disseste, diria que foi a moto mais parecida com um carro que já conduzi! (talvez percebas quando publicar o próximo texto)
Beijinhos,
FATifer
Bem, só me resta esperar pelo próximo "episódio" ansiosamente :)
ResponderEliminarBjs
BM,
EliminarO próximo ainda vai meio (não tenho escrito nada mas ideias não faltam!).
:)
Beijinhos,
FATifer
intrigante...
ResponderEliminar:)
Está não está? ;)
EliminarGrande abraço,
FATifer