Yuri olha
Katerina e não responde. Volta a sua atenção para os monitores e fica a
observar.
- Petre quantos
homens estão no complexo?
- Eramos vinte
cinco, menos sete, dezoito. Correcção… menos oito, dezassete.
- Yuri, o que
achas, libertamos o Félix?
- Se queres um
novo tapete para a lareira, sim.
- Yuri!
- O que foi?… nem
sei porque é que perguntas… claramente a tua avaliação do perigo desta situação
não coincide com a minha. No entanto, mantenho que, na minha opinião,
libertá-lo seria um desperdício de um tigre.
- Sim, parece que
não estamos de acordo. Continuo a achar que lhe dás demasiado crédito.
- Talvez porque
o conheça há mais tempo e muito melhor que tu.
- Eu não digo!…
é apenas um homem…
- Katerina, não são
muitos os que, tendo-o visto ao vivo e cores, tenham ficado para contar… eu
serei dos poucos.
- …
Johanna chega à
porta. Encosta a orelha direita a meio da porta tentando perceber pelo som se
será seguro abri-la. Não ouve nada e decide arriscar abri-la. Olha. O corredor
com que se depara, estende-se para ambos os lados e parece estar vazio.
Espreita melhor, tentando decidir para que lado deve ir. Em frente a parede é
de vidro e dá para um jardim iluminado apenas pela luz da lua cheia, que as
nuvens, por momentos, permitem que brilhe. Johanna como que hipnotizada pela
luz avança e fica a olhar o círculo redondo e brilhante no céu. A lua
desaparece novamente por detrás das nuvens e Johanna olha para os ambos os
lados. O corredor continua deserto. Olha de novo em frente e parece ver de
relance um par de olhos no jardim. Olha melhor e nada vê. Deve ter sido
imaginação, pensa para consigo. Começa a caminhar para a direita, objectivo a
porta que se encontra ao fundo do corredor para esse lado.
- Yuri, estamos
aqui tão entretidos com ele que quase nos esquecíamos dela!
- Esquecíamos ou
esqueceste?
- Estás para me
contrariar ou quê?
- Ela está ali.
(Yuri aponta
para um dos monitores)
- Yuri, meu fiel
Yuri… o que me esqueço é que tu estás habituado a controlar tudo…
- Alguém tem de
o fazer…
- … não querendo
interromper é meu dever avisá-los que já só temos treze homens.
- Catorze,
contando contigo Petre.
- … não menina,
quando disse treze já estava a contar comigo. Agora somos doze.
- Onde é que ele
está? Quem é que podemos chamar?
- Não há tempo
para chamar ninguém, Katerina.
- Ele está a
caminho da sala de treino do rés-do-chão.
- Manda todos os
homens que nos restam ter com ele Petre! Menos tu claro.
- Sim menina.
- Vais
facilitar-lhe o trabalho, Katerina.
- Yuri… então o
que sugeres que faça?
- Já te disse o
que devias fazer.
- Fugir?! Nunca!
Petre os homens não estão armados?
- Sim, têm as
AK47.
- Então porque é
que não os ouvimos a disparar?!
- A menina está
a ver o mesmo que eu, certo? Ele não lhes dá tempo…
- Sim o raio do
homem parece um fantasma!
- Lembra-te o
que lhe chamava o Pedro Castro… e não era o único.
- Shinigami…
deus da morte… um exagero Yuri.
- És uma mulher
difícil de convencer.
- Por mais que
não o considere digno de me enfrentar, se chegar a isso eu mostro-lhe quem é a
morte!
- O teu pai
disse algo similar e…
- O meu pai?
Estás a dizer-me que foi este homem que matou o meu pai!?
- …
- Yuri? Diz-me
que inventaste isto agora para tentar meter-me medo!
- Falei demais…
nunca diria isso para te tentar intimidar… sei perfeitamente que tem
exactamente o efeito contrário.
- Então é
verdade?
- Sim Katerina,
foi ele que matou o teu pai… e agora vem nos matar a nós.
- Falas como se
fosse uma coisa certa!
- Minha menina…
pela última vez, vamos embora enquanto ainda podemos.
- Yuri, com
podes sugerir uma coisa dessas? Temos a hipótese de vingar a morte do meu pai e
falas em fugir?
- Bogatyr… eu
tentei mas ela não me ouve!
(continua)
FATifer
Ora pois... de novo a coisa fica intrincada
ResponderEliminar:))
noname,
EliminarE eu a pensar que estava a simplificar… ;)
Beijinho,
FATifer
Olá, FAT!!
ResponderEliminarNão adiantou muito mas também não complicou...Devagar se chega ao longe!
Agora AK47 é que tenho de me informar sobre que tipo de armas são...
Como o Bogatyr só aparece no final e o Yuri se dirige a ele, vou estar atenta a esta nova personagem... Isto se o autor não se lembrar de o eliminar, por intermédio da malévola Katerine. :)
Beijinhos!
Bom Domingo :)
Janita,
EliminarE eu a pensar que tinha feito alguns progressos… ;)
AK47 é a metralhadora mais usada no mundo vulgarmente denominada “Kalashnikov”.
Bogatyr não é um novo personagem é a forma como Yuri se referia ao pai de Katerina, como podes verificar no XV.
Beijinhos e bom Domingo para ti também,
FATifer
Ele há coisas...Ando eu a 'falar' nas Kalashnikov lá na transcrição do romance de John le Carré e nem sei que se trata das AK47. Francamente!! :)
EliminarQuanto ao Bogatyr, pensei que fosse outra personagem por se tratar - ou assim me pareceu - um discurso directo do Yuri...
E por aqui me fico que já nem vejo nada do que escrevo, tal é a soneira.
:))
Não sou especialista em metralhadoras mas, como disse, esta é das mais conhecidas :)
EliminarQuanto à frase de Yuri, é discurso indirecto em discurso directo, na medida em que ele se dirige ao (ou evoca o) pai mas para tentar convencer a filha ;)
Bons sonhos!
Beijinho,
FATifer