segunda-feira, 13 de abril de 2015

Ontem acabei de ler… XV



Gostei mas sou suspeito porque por várias vezes já afirmei que gosto do estilo de escrita do autor que tenho a honra de poder tratar por meu amigo. Ficam alguns dos muitos excertos que sublinhei:

“Odeio cidades. Devia viver num monte Alentejano ou assim. Nunca há paz, nunca há sossego e toda gente corre para todo o lado. Mas francamente acho que já poucas pessoas sabem porque correm. Limitam-se a correr, percebes? Já não têm objectivos, mas continuam a correr. Chegam a qualquer lado e têm sempre pressa”

“É curioso o quanto gostamos de nos pensar superiores e depois, quando vamos a ver bem, pouco evoluímos em relação a insectos como as formigas e as abelhas. Estruturas sociais altamente complexas em que cada um tem a sua função e deve saber o seu lugar. E é bom que assim seja. Elimina-se a necessidade de pensar.”

“A liberdade é a maior das ilusões e quem se julga livre vive iludido.”

“Sabes acho que o tempo só nos aflige porque põe em perspectiva a nossa própria mortalidade, a nossa finitude faz cair sobre nós as dúvidas sobre o que há depois do fim, se é que há alguma coisa. Se calhar vem daí a nossa pressa em fazer tudo.”

“Parece que toda a gente anda completamente agarrada e obcecada pelo corpo, como se o corpo em si fosse algo mais que uma ferramenta para o cérebro. As pessoas, em vez de se preocuparem coma a aparência, com a idade, com o aspecto, ou seja basicamente com tudo aquilo que demonstram aos outros deviam preocupar-se em alimentar o cérebro. Se calhar se o fizessem não precisariam tando de demonstrar algo que não são, seriam apreciadas por aquilo que são na realidade e não andariam tão esfomeadas de lago que nem sabem o que é”

“Quando vejo alguém demasiado produzido, seja homem ou mulher, sei logo à partida que essa pessoa é insegura.
E depois já reparaste que há aquelas pessoas que passam por ti na rua, não se veste segundo a moda, não se produzem, e no entanto parece que, na sua simplicidade, Têm algo que que chama a atenção, que torna impossível não olhares? Essas são pessoas seguras de si próprias. Não precisam de artifícios para se mostrarem a ninguém.”

“Sem dúvida a mais viciante e poderosa das drogas é o dinheiro.”

“É curioso, mas apercebi-me que há uma estranha liberdade no facto de te aperceberes que não tens liberdade. Parece um contra-senso não é? Mas do meu ponto de vista até não é. Sabes, quando te pensas livre acabas por ter de lidar com a responsabilidade dos teus actos. Consequentemente com a culpa dos teus erros e com a alegria das tuas vitórias. Mas se não és livre não tens responsabilidade de nada, logo não há alegria na vitória, mas também não há culpa. As vitórias são de outrem, mas as culpas também. Apenas te limitas a cumprir uma função. E apercebi-me de que há nisto um desprendimento tão grande que liberta mais que a liberdade de escolha.”

“Ora eu enquanto cidadão sou automaticamente político, porque tenho no dia-a-dia de tomar opções políticas.”


FATifer

PS – nota para o autor: Não citei passagens logo do início não vá um certo editor ter razão mas no meu caso não tem, porque concordo e revejo-me no que afirmas.

Espero não ter citado demais….

4 comentários:

  1. Bem,...

    ...num dia em que tenho uma consulta no dentista (o que para mim, desde que em puto me arrancaram um dente a sangue frio, é provavelmente a pior coisa que me pode acontecer) e em que eu, consequentemente, não estava lá assim de muito bom humor, chegar aqui e dar com este post é de encher a alma!

    Obrigado. Para já acabaste de transformar o meu dia.

    Podias ter citado as passagens logo do inicio à vontade. Acho que o editor só tem razão...
    ...se a carapuça servir! E, bastantes vezes, até a mim serve...

    Apenas te posso agradecer, como sempre, e espero ver-te no Sábado, caso possas, na sede do Moto Clube de Corroios. Vamos mandar o telhado daquilo abaixo!

    :)

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    1. Meu amigo,

      Se o meu texto teve o efeito que dizes (só prova que as coisas não acontecem por acaso mas) fico contente! Será uma pequena retribuição do prazer que tive ao ler mais esta tua obra.

      Meu caro à partida só por motivos de força maior não estarei lá este sábado para ouvir a estreia da Persephone em palco!

      Grande abraço,
      FATifer

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  2. Gostei das citações que fizeste. Hei de espreitar na próxima Feira do Livro... :)

    Beijocas

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    1. Minha amiga,

      Ainda bem que gostaste. Mas este não consegues encontrar na feira do livro! Se quiseres terei todo o gosto em te oferecer (quando fizer uma encomenda na Amazon acrescento).

      Beijinhos,
      FATifer

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