sábado, 29 de outubro de 2016

O último que acabei de ler… (XX)


Um Amor Morto – Carla Pinto Coelho

Não me acho competente para fazer uma apreciação literária desta obra (ou qualquer outra), pelo que não o farei. Vou sim dar a minha opinião depois de ter lido o livro. A sensação é de não ter perdido o meu tempo ao lê-lo. O tema não é leve. O estilo de escrita também não, e obriga a ter atenção ao que se está a ler (algo que me agrada). O discurso é admiravelmente objectivo tendo em conta os sentimentos subjacentes ao relato. Para os que leram e os que vão ler, pergunto-me quantos ficaram com o sorriso nos lábios que fiquei ao chegar ao fim, confirmando algo que comecei a suspeitar no início?
Deixo-vos com algumas citações de excertos que me cativaram particular atenção, como é meu hábito:

“Quem conhece o lado sombrio de alguém, o entende e lhe sobrevive, está preparado para ser autêntico, para dar e receber apenas o que é justeza, sem fingimentos.”

“Não, ela não procurava a perfeição, nem queria saber tudo, que todos têm o direito ao seu quinhão de segredos e à sua gaveta fechada à chave, escondida dos olhos curiosos.”

“As noites passadas sem dormir ou em sonhos cansativos estavam a derrotá-la com a paciência de um jogador de xadrez, movendo as peças negras da noite no tabuleiro da mente dela, num xeque-mate absurdo, onde primeiro tinha tombado o Rei só depois tombaria a Rainha.”

“Deixou-se cair no soalho, puxada pela gravidade dos acontecimentos…”

“ …talvez todas as recepções de consultórios fossem assim, talvez houvesse uma linha decorativa que obrigasse aos tons pastel e aos sofés em cubo.”

“Uma rajada de vento atirou chuva apertada contra a dureza do vidro, desfazendo-a num lamento. As mãos afogaram-se em lágrimas. Para se salvar do naufrágio, pegou na carteira e saiu.”

“É preciso dizer que os vivos, os que são deixados, se sentem menos vivos cada vez que deixam de viver para a frente e voltam para trás, cada vez que suspendem a existência, cada vez que se perdem pelos labirintos da saudade.”

“A noite aproximava-se, diminuindo a luz do sol até o desligar. A cidade agitava-se numa correria de dona de casa com pressa de acabar o jantar. As luzes iam-se acendendo pelas ruas e a casa cobrindo-se de penumbra.”

“E se, no fim de tudo, as grandes decisões da vida fossem tomadas de rompante, numa fracção de segundo que condicionava todo o futuro? E se não passássemos de animais tidos como racionais que tão-só seguiam a intuição, sem se guiarem pela razão, nem pesarem  as consequências?”

“- Vivemos obcecados com as respostas como se elas servissem de alguam coisa…”

“- O que quero dizer é que há uma necessidade exasperante pelas palavras, que seja dito rigorosamente que é por isto ou por aquilo – suspirou. – O silêncio também fala e muitas vezes expressa-se melhor que os grandes discursos.”

“A cidade desligou o sol e escureceu por a ver tão triste”

“O Outono envelhecia as árvores, arrancava-lhes as folhas desgastadas e vestia-as de cores escuras, a prepará-las para o luto desprendido do Inverno, um tempo de meditação que explodiria em flores e folhas tenras e vida, na Primavera.”


Para aqueles que não tenham já ajudado a tornar este projecto uma realidade no crowdfunding e estejam interessados em adquirir o livro, podem fazê-lo no site da editora livros de ontem.




FATifer

quarta-feira, 26 de outubro de 2016

Quando…

… ouvimos uma voz e …ficamos rendidos…

Kandace Springs – Soul Eyes

…também ficaram?


FATifer

segunda-feira, 24 de outubro de 2016

Qualquer semelhança com a realidade…

Para quem ainda não tenha visto…

Moby & The Void Pacific Choir - Are You Lost In The World Like Me (Official Video)

Não é que seja grande admirador do autor e da música… sou-o sim do artista que fez o vídeo! (Steve Cutts)


FATifer

quarta-feira, 19 de outubro de 2016

A quem possa interessar…

Ora então é assim: livrei-me de metade do que se vê de acessório na foto abaixo.


Calma, eu explico. Tirei o gesso. A fractura está sarada, mas agora vem a recuperação. Neste momento mal consigo fazer força no pé, o que implica continuar a andar com as muletas. O médico recomendou apenas 25% de carga no pé durante uma semana e depois iniciar fisioterapia.
E assim se vai vivendo por aqui. Já vi séries e filmes mas ainda tenho mais para ver e livros para ler… que belas férias… estou tão contente ou não!


FATifer

sábado, 15 de outubro de 2016

O último que acabei de ler… (XIX)

A Stranger in a Strange Land – Rober A. Heinlein

Há muito que este livro me tinha sido recomendado por alguém que estimo. Contrariando a minha regra pessoal de preferir ler o original, comecei por ler uma tradução para português (ou deveria dizer brasileiro) que não me deixou totalmente satisfeito, em grande medida pela noção com que fiquei que o texto estaria repleto de expressões idiomáticas que invariavelmente se perdem (ou perdem força) na tradução (por muito bom que seja o tradutor). Li por isso o original, em inglês, e constatei que tinha razão.
O livro é (como disse quem recomendou) “alimento para a mente” (sim todos os livros serão mas uns mais que outros, tal como os alimentos em si). Toda a história parece uma “desculpa” para uma profunda reflexão sobre a própria humanidade (mesmo que centrada num ponto de vista da cultura anglo-saxónica):

“… were infected with that oddity of distorted entropy called life.”

Deixo apenas mais umas citações curtas pois outras seriam demasiado longas e possivelmente necessitariam de contextualização.

“Customs, morals… is there a difference?”

“I’ve found out why people laugh. They laugh because it hurts so much… beucause it is the only thing that’ll make them stop hurting.
But find me something that relly make you laugh, sweetheart… a joke, or anything else, but something that gave you a real belly laugh, not a smile. Then we’ll see if there isn’y a wrongness in it somewhere and whether you would laugh if the wrongness wasn’t there.”

“Goodness without wisdom invariably accomplishes evil”

“Age does not give wisdom,…, but it does give prespective…”


Uma nota final. Sendo um livro de ficção ciêntifica com muitos anos, é igualmente delicioso analisar a visão do futuro do autor.


FATifer

sábado, 8 de outubro de 2016

Hoje fui…

à apresentação deste livro:

Livro Azulejos Padrão Lisboa

Tive direito ao meu exemplar autografado como apoiante da campanha de crowdfunding e só posso dizer que estou muito contente. O livro está excelente, merece cada cêntimo!


Recomendo igualmente o espaço onde decorreu a apresentação por achar tratar-se de um projecto que merece sucesso. Vejam aqui.


FATifer

sexta-feira, 7 de outubro de 2016

Lembram-se desta?…8

Porque esta divagação me pareceu apropriada, sendo que estarei aparentemente a…




Bom fim de semana a todos,
FATifer