Trailer: Palmier
Encoberto
Prólogo - Xilre
Capítulo I - Calma com o
andor
Capítulo II - Dúvidas
Cor de Rosa
Capítulo III - A
Mais Picante
Capítulo IV - Mirone
Capítulo V - Pasme-se
quem puder
Capítulo VI - A
Uva Passa
Capítulo VII - Kiss
and Make Up
Capítulo VIII - Amor
Autista
Capítulo IX - Talqualmenteoutro
Capítulo X - Linda
Porca
Capítulo XI - Sister
V
Capítulo XII - A
elasticidade do tempo
Capítulo XIII – A
vez da Maria
Capítulo XIV - Teias
de Folhas de Papel
Capítulo XV - Imprópria
para consumo
Capitulo XVI – O
que me der na telha
Capitulo XVII – Beijo
Molhado
… à media que recupera todos os sentidos
sente os braços presos atrás das costas e os tornozelos também presos nas
pernas da frente da cadeira onde está sentado. Olha em volta., vê quatro
paredes que emanam uma escuridão apenas quebrada pela a pouca luz trémula de
uma lâmpada pendurada acima de si. Estará de costas para a porta que
dificilmente consegue distinguir até porque no movimento o pescoço dorido dá
sinal que a posição é desconfortável. Tenta mexer-se, levantar-se mas
apercebe-se que a cadeira está fixa ao chão e puxar só faz os atilhos plásticos
nos pulsos e tornozelos ficarem mais justos.
- … onde é que tu estava no 25 Abril?
Olha em volta, de onde vem aquela voz?
- … não existias, não é?... a pergunta que
te deves fazer é se queres voltar para esse estado?
Pestaneja e volta a percorrer o espaço que
o rodeia à procura da proveniência da voz que parece vir de todo o lado. Sente
o coração acelerar cada vez mais por mais que se tente manter calmo.
Ouve a porta atrás de si abrir e fechar com
um ranger metálico. Ouve passos de saltos.
- E então vais colaborar?
A voz é a mesma mas perdeu um certo timbre
metálico ganhando uma sensualidade que contrasta com a ameaça latente da
pergunta.
- Vais dizer-me como usar a chave, não vais
João?
A pergunta provoca um turbilhão de memórias.
Recorda como tinha sido atingido pelo poste de um cartaz à porta da dependência
bancária em Xabregas o que fez com que fosse levado para dentro e permitisse
cumprir os seus intentos. Relembra a cara de espanto da estagiária que o
atendeu, por pensar tratar-se de uma brincadeira dos colegas, as instruções de
acesso que tinha para o deixar entrar na sala onde estavam os cofres. Verdade
seja dita que ele também estranhou o que leu no cartão que acompanhava a chave recuperados
do soalho da sala de Jorge de Burgos:
“Será confirmado que não tens a tatuagem na
nádega esquerda e depois terás de dizer a senha: “Venho em nome de Balião, o antigo”.”
Vê de novo a cara corada da moça ao ler o papel
e ao vê-lo desapertar o cinto baixar as calças e mostrar o rabiosque. Dita
senha ela indicou o cofre colocou a chave do banco rodou-a e saiu deixando-o
sozinha na sala.
- João! Quais são as instruções para usar a
chave?
- … instruções?...
- Não te faças de parvo vi-te queimar o
papel… não te preocupes não vamos fazer mal à Maria só queremos as instruções.
- A Maria? …
- Tu não sabes no que estás metido pois
não?
* Post partilhado – batata quente passada
por Beijo
Molhado
FATifer